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Ao todo, o estado registrou 158.150 furtos e 137.891 roubos de aparelhos no último ano, queda de 12,2% em comparação com 2022.
Em São Paulo, 71,4% dos furtos ocorreram em vias públicas. “O percentual apurado é sintomático como o fato de que é cada vez mais comum notícias sobre a atuação de gangues de bicicletas ou motos que tentam surpreender as vítimas quando elas estão utilizando seus aparelhos celulares nas ruas. Essa é uma tática que visa não só subtrair o equipamento, mas conseguir acessá-lo desbloqueado, o que facilita a rápida invasão de aplicativos de bancos e ou que permitam transferências ágeis de recursos”, explica Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum, no Anuário.
Dentre os 50 municípios brasileiros onde mais ocorreram taxas de subtrações de celulares, por 100 mil habitantes, 15 estão localizados no território paulista. A análise inclui apenas cidades com população igual ou superior a 100 mil habitantes.
A cidade de São Paulo, por exemplo, foi uma delas e ficou como a terceira capital do país com maior índice de aparelhos furtados e roubados para cada 100 mil habitantes, atrás somente de Manaus, no Amazonas, e Teresina, no Piauí.
Segundo o levantamento realizado pelo Fórum, o modo como os celulares são subtraídos varia de acordo com o dia da semana e horário. Enquanto o número de roubos caiu no ano passado, o de furtos subiu.
Pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas, utilizada pelo Anuário, mostrou que o Brasil tem 258 milhões de smartphones, 1,2 aparelhos por habitante. “O estudo, que analisa o número de smartphones em uso no Brasil desde 2007, indica que desde 2018 existe 1 smartphone por habitante, o que explica em partes o crescimento acentuado destes crimes nos últimos anos.”
Nos EUA, país no qual a popularização dos smartphones ocorreu mais cedo, até pelo custo inferior dos equipamentos quando comparado com os valores praticados no Brasil, os roubos e furtos de celular já são um problema há pelo menos uma década. Na Europa o mesmo fenômeno está em andamento. Os roubos e furtos de celular tiveram crescimento de 20% no Reino Unido, por exemplo.
E o crime compensa financeiramente. Um relatório da Interpol sobre as redes transnacionais de roubo e receptação de aparelhos celulares na América Latina mostrou que, em 2014, o faturamento chegava a US$ 500 mil.
“Assim como ocorre nos demais crimes patrimoniais, o roubo e/ou furto de celular é um crime de oportunidade, mas com a popularização destes equipamentos e seu elevado valor agregado se tornou altamente rentável para o mundo do crime focar sua ação na subtração destes dispositivos”, diz o estudo.
“Os celulares se consolidam como porta de entrada frequente para outras modalidades delituosas em ascensão, como estelionatos e golpes virtuais”, afirmam os especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os crimes de estelionato, quando uma fraude é praticada com objetivo de se obter vantagem ilícita, cresceram em média 8,2% no país em 2023 — um caso a cada 16 segundos. Aqueles praticados por meios eletrônicos tiveram um salto ainda maior, de 13,6%.
O estado de São Paulo teve o maior aumento de casos de estelionato no país, 22,7% — quase o triplo da média nacional. A Secretaria da Segurança Pública estadual, contudo, ainda não distingue a modalidade virtual do crime, tipificação que foi acrescentada ao Código Penal Brasileiro em 2021.
De acordo com o Anuário, a prática de estelionato ultrapassou a de roubos, seguindo uma tendência mundial. Em parte, isso pode ser explicado pelo avanço da transformação digital no país e a falta de investimentos em segurança nessa área.
Por outro lado, crimes realizados à distância diminuem a exposição dos criminosos e torna o trabalho de identificá-los mais complexo.
Flagrantes de roubos de celulares nas ruas de São Paulo: bandidos chegam de bicicleta e em um segundo levam aparelhos de vítimas
Por: G1
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