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Ainda assim, a extrema direita na França continuou à margem da política e vista como pária. As coisas só começaram a mudar junto da chegada de um novo nome no partido, que em 2018 passou a se chamar Reunião Nacional — já sob comando de sua atual secretária-geral, Marine Le Pen. Filha do fundador, ela assumiu após o pai ser expulso da própria sigla, por conta de discursos antissemitas, e foi moderando o discurso para ampliar o espectro de seu eleitorado.
Mas foi só com a geração das redes sociais que a sigla conseguiu dar um salto e se tornar o partido favorito para governar o país — o RN ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições legislativas na França, realizado no domingo (30). O segundo turno acontece em 7 de julho.
Veja a linha do tempo da ascensão da extrema direita na França. — Foto: Equipe de arte/g1
Embora a moderação de Marine Le Pen em comparação a seu pai tenha ajudado a tornar o partido mais popular, o discurso de Bardella não segue esse roteiro. O jovem político é mais radical que sua tutora em uma série de pautas da extrema direita, principalmente a imigração.
Nos últimos anos, Marine Le Pen vem deixando para trás pautas polêmicas que ela mesma defendia no início de sua carreira política, como posturas xenófobas, proximidade com o governo russo e discurso favorável à saída da França da União Europeia.
Le Pen abandonou também posturas racistas e antissemitas de seu pai, mas manteve pautas anti-imigração. Ela já sugeriu a retirada do apoio da França à Ucrânia na guerra e o abandono a políticas para amenizar o impacto do carbono, com mais incentivos a indústrias francesas.
Essa moderação do discurso foi uma tática adotada por Le Pen principalmente depois de perder as eleições para o então novato Emmanuel Macron, em 2017, com uma forte rejeição no segundo turno — repetindo o que aconteceu com seu pai, que em 2002 foi esmagado por Jacques Chirac no segundo turno das eleições presidenciais.
Além de tentar romper com a trajetória do seu pai, Marine Le Pen também investiu em outra estratégia: a profissionalização dos políticos de seu partido com treinamentos de mídia e assessores especializados em redes sociais.
Dessa estratégia surgiu o nome de Bardella, que com apenas 26 anos foi nomeado presidente do partido.
Bardella também busca marcar distância das ideias de Jean-Marie Le Pen. Mas não economiza nos discursos anti-imigração e também de negação do aquecimento global. Já acusou os migrantes de fazer a França desaparecer e disse que é preciso contê-los, caso contrário “a nossa civilização morrerá”.
Na última composição do Parlamento francês, dissolvido no início de julho por Emmanuel Macron, o RN tinha 88 dos 577 deputados da Casa. É preciso aos menos 289 assentos para garantir a maioria absoluta.
Como funcionam as eleições legislativas na França
No primeiro turno das eleições legislativas da França, no domingo (30), o Reunião Nacional obteve 33% dos votos. A Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente francês, Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20% dos votos.
O pleito, que havia sido convocado apenas três semanas atrás, teve recorde de participação em quase 40 anos — na França, o voto não é obrigatório — e concretizou o favoritismo do grupo político de Le Pen. O resultado seguiu o que projetaram pesquisas de intenção de votos.
Antes mesmo da divulgação dos resultados, Macron sugeriu uma aliança ampla entre “candidatos republicanos e democráticos” para o segundo turno das eleições, que acontecem em 7 de julho. Já Marine Le Pen pediu aos franceses que deem a maioria absoluta no Parlamento à sua sigla no segundo turno.
O cenário pode tornar o governo de Macron inviável na prática. (Leia mais abaixo)
Nomes da coligação de esquerda, a Nova Frente Popular (NFP), começaram a indicar uma aliança com Macron ou até o apoio total ao bloco de centro. Jean-Luc Melanchon, o líder da França Insubmissa, um dos partidos que integram o bloco da esquerda, disse após a votação que vai retirar seus candidatos caso a coligação termine em terceiro.
Pelo sistema político da França, semipresidencialista, os eleitores elegem os partidos que vão compor o Parlamento. A sigla ou a coalizão que obtiver mais votos indica então o primeiro-ministro, que, no país europeu, governa em conjunto com o presidente — este eleito em eleições presidenciais diretas e separadas das legislativas e que, na prática, é quem ganha mais protagonismo à frente do governo.
Eleições legislativas da França têm extrema direita à frente, seguida pela esquerda e coalizão de centro de Macron em terceiro
Isso porque, neste caso, o premiê assume as funções de comandar o governo internamente, propondo, por exemplo, quem serão os ministros.
O primeiro-ministro atual, Gabriel Attal, é aliado de Macron, mas, se as pesquisas se concretizarem, quem deve assumir o cargo é Jordan Bardella. Após o fechamento das urnas, Bardella disse que a votação do segundo turno, na semana que vem, será o “momento mais importante da história da Quinta República da França“.
As eleições parlamentares são realizadas em dois turnos — o primeiro foi neste domingo, e o outro será em 7 de julho.
O presidente francês, Emmanuel Macron, sai de cabine de votação durante eleições legislativas na França, em 30 de junho de 2024. — Foto: Yara Nardi/ Reuters
Eleições na França — Foto: Yves Herman/Reuters
A líder do RN, partido da extrema direita, Marine Le Pen, vota em Hénin-Beaumont, no norte da França, em 30 de junho de 2024. — Foto: Yves Herman/ Reuters
Entenda como funcionam as eleições parlamentares na França
O partido de Macron tinha maioria na constituição do Legislativo dissolvido pelo presidente, com 169 deputados. O RN, de Le Pen, era o partido de oposição mais forte, com 88 assentos.
Para ganhar maioria absoluta, é preciso que uma sigla ou coalizão alcance o número de 289 deputados. Caso a extrema direita ganhe, Macron teria de nomear um adversário para o cargo de primeiro-ministro — caso opte por não fazê-lo, ele pode ser alvo de uma Moção de Censura, um recurso do Legislativo no qual deputados votam se querem mantê-lo ou não no cargo.
No cenário do chamado governo de coabitação, o presidente mantém o papel de chefe de Estado e da política externa — a Constituição diz que ele negocia também tratados internacionais—, mas perderia o poder de definir a política doméstica e de nomear ministros, o que ficaria a cargo do primeiro-ministro.
Isso aconteceu pela última vez em 1997, quando o presidente de centro-direita, Jacques Chirac, dissolveu o Parlamento pensando que ganharia uma maioria mais forte, mas, inesperadamente, perdeu o controle da Casa para uma coalizão de esquerda liderada pelo partido socialista.
Parlamento francês — Foto: Martin Bureau/AFP
Por: G1
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