Até quando o congressista republicano George Santos resistirá na Câmara dos EUA com a profusão de mentiras que sustentam a sua biografia? Filho de imigrantes brasileiros, ele tornou-se motivo de chacota nacional, como mentiroso compulsivo e envolvido em múltiplas denúncias de fraudes, mas mantém-se desafiador em seu primeiro mês no cargo, conforme deixou claro em uma postagem no Twitter:
“Que fique bem claro: não estou saindo, não estou me escondendo e NÃO estou recuando. Vou continuar trabalhando para Nova York e nenhuma trolagem no Twitter vai me parar. Estou ansioso para conseguir o que precisa ser feito. PONTO”.
A última de Santos envolve cachorros roubados de fazendeiros de um condado Amish, na Pensilvânia. Parece trama de filme B, mas a imprensa americana noticiou que em 2017 ele foi acusado de passar a criadores cheques sem fundos no valor de US$ 15 mil (cerca de R$ 78 mil) para compra de filhotes das raças golden retriever, pastor alemão e yorkshire terrier. Apenas um deles registrou queixa à polícia e fez, posteriormente, um acordo com Santos.
O deputado George Santos, republicano de Nova York, deixa uma reunião da conferência do Partido Republicano na Câmara no Capitólio, em Washington, em 25 de janeiro de 2023 — Foto: Andrew Harnik/AP
Não é o primeiro escândalo do congressista envolvendo cachorros. Ele é acusado de roubar, em 2016, US$ 3 mil (cerca de R$ 15 mil) arrecadados na vaquinha online GoFundMe, destinada a financiar uma cirurgia que salvaria a vida do cachorro de um veterano de Nova Jersey.
Santos encheu o currículo com invenções: disse ter frequentado escolas e universidades de elite, ter sido uma estrela do vôlei, e ter sido empregado de empresas que nunca pisou. Informou ser neto de sobreviventes do Holocausto e que a mãe estava numa das Torres Gêmeas nos atentados de 2001. Tudo isso foi desmentido. O financiamento de sua campanha está sob suspeita e é investigado.
Em outros tempos, esta coleção de mentiras indicaria o fim de linha para o congressista. Mas, nesta era em que a desinformação é propagada a torto e a direito, Santos sobrevive, ridicularizado em talk shows e programas humorísticos.
George Santo, deputado americano filho de brasileiros, durante reunião do Congresso dos EUA — Foto: Andrew Harnik/AP
Seu mentor, o ex-presidente Donald Trump, difundiu, durante o mandato, cerca de 30 mil informações falsas ou enganosas, segundo uma contagem produzida pelo jornal “The Washington Post”. E se lançou novamente como candidato à Casa Branca.
Santos teve a anuência do presidente da Câmara, Kevin McCarthy, e serve como distração para os republicanos divididos. O congressista classificou de “manipulação” — palavra redigida em letras maiúsculas, no estilo de Trump — o discurso sobre o Estado da União do presidente Joe Biden. Vindo dele, soou como elogio.
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Por: G1
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