A alta foi dada na manhã de quarta-feira (15), por volta das 7h. Segundo a diarista Maria Ocilene Soares, mãe da jovem, o corpo médico da Santa Casa pediu, no dia anterior, para que dois familiares comparecessem no local para a divulgação de uma notícia. A mulher e o outro filho, irmão da paciente, se frustraram com a resposta, já que viviam a expectativa por um diagnóstico.
Saí de casa 5h da manhã. Esperei até as 7h. O diretor do hospital e médico de plantão vieram simplesmente para dizer que não encontraram nada e ela estava de alta. Foi um banho de água gelada, estou em choque até agora.
— Maria Ocilene Soares, mãe da paciente
Ainda segundo Maria Ocilene, o citado médico, que não teve o nome divulgado, relatou que não seria possível apontar a causa dos sangramentos no local. “Ele disse que a Santa Casa não era capaz de descobrir o problema dela,. Disse com todas as letras”. O g1 questionou a unidade de saúde sobre a alegação, mas não obteve resposta.
Em nota, a Santa Casa de Santos , confirma a alta à paciente na data mencionada. A unidade de saúde também informa que a jovem em questão apresenta “quadro de sangramento pelo ouvido, nariz e boca há três anos, sendo inicialmente acompanhada pelo SUS [Serviço Único de Saúde] e, posteriormente, por operadoras de saúde“.
Ainda segundo o conteúdo enviado à reportagem, trata-se da segunda alta após internação no hospital. Neste ano, a primeira passagem da jovem pela Santa Casa aconteceu entre 20 de maio e 3 de abril.
Jovem de 17 anos está internada na Santa Casa de Santos, no litoral de São Paulo, por sangramentos no nariz, boca e ouvidos — Foto: Arquivo pessoal
“Nas duas situações foram realizados todos os exames, inclusive a ressonância magnética de crânio e face. A paciente também foi avaliada pelos especialistas dos serviços de neurologia, otorrinolaringologia, pneumologia e clínica geral, não sendo identificada nenhuma lesão no local de sangramento”, complementa o hospital, em nota.
A Santa Casa de Santos acrescenta que, uma vez que a paciente vem em acompanhamento ambulatorial e sem necessidade de se manter internada para investigação diagnóstica, foi dada alta com todos os exames e avaliações das especialidades realizadas durante a internação para prosseguimento do acompanhamento do caso.
A família alega que a jovem sofre com os sangramentos no nariz, boca e ouvidos desde abril de 2019. Segundo a mãe, dores no peito ou na cabeça antecedem os episódios. Maria Ocilene ressalta ainda que as ocorrências não respeitam uma lógica, uma vez que intervalos de até três meses foram identificados pelos familiares entre um caso e outro.
Ainda de acordo com a mãe da adolescente, a família se mobilizou desde os primeiros sangramentos, contudo, mesmo após diversas visitas a outras unidades de saúde, nenhum diagnóstico foi dado.
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