Na Sérvia, dezenas de milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira (12) exigindo melhor segurança, proibição de conteúdo violento na TV e a renúncia de ministros. A manifestação foi a segunda do tipo em menos de uma semana e aconteceu poucos dias após dois tiroteios em massa deixarem 17 vítimas no país.
Multidões bloquearam uma avenida importante e um entroncamento rodoviário na capital Belgrado e uma ponte sobre o rio Sava, marchando atrás de uma faixa preta onde se lia “Sérvia contra a violência”.
“Para mim (a mensagem do protesto) é principalmente: chega de violência”, disse Bojana, uma das manifestantes. “Estou aqui por minha filha e todos os nossos filhos.”
Os incidentes que geraram os protestos aconteceram na semana passada:
- 4 de maio: no primeiro tiroteio em massa em uma escola da Sérvia, um menino de 13 anos matou oito alunos e um segurança, ferindo outros seis alunos e um professor. O atirador se entregou à polícia.
- 5 de maio: no dia seguinte, um homem de 21 anos abriu fogo em uma cidade perto de Belgrado, matando oito pessoas e ferindo outras 14. O atirador também se entregou às autoridades.
Partidos de oposição e defensores dos direitos humanos acusam o presidente Aleksandar Vucic e seu populista Partido Progressista Sérvio (SNS) de autocracia, opressão da mídia, violência contra oponentes políticos, corrupção e laços com o crime organizado.
No início do dia, Vucic, que nega as acusações, disse que a oposição “brinca com as emoções das pessoas” e convocou seus partidários de toda a Sérvia para um grande comício em 26 de maio.
“Estamos ligando para as pessoas para dizer o que faremos no futuro. Não vamos parar o trânsito ou perturbar as pessoas de forma alguma”, afirmou o líder sérvio.
Os manifestantes pedem a renúncia do ministro do Interior, Bratislav Gasic, e do diretor da agência de segurança do estado, Aleksandar Vulin, bem como a demissão do Comitê Regulador de Mídia Eletrônica (REM) do governo.
Em resposta aos tiroteios, a polícia da Sérvia lançou uma anistia de um mês para quem entregar armas ilegais. Vucic disse que cerca de 10.000 armas, incluindo lançadores antitanque descartáveis portáteis, munições explosivas e dezenas de milhares de cartuchos de munição já foram entregues.
A Sérvia tem uma cultura de armas profundamente arraigada e, junto com o resto dos Bálcãs Ocidentais, está inundada de armas de nível militar que permaneceram em mãos privadas após as guerras da década de 1990 que destruíram a Iugoslávia. No entanto, tiroteios em massa são raros.
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Por: G1
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