Os resultados oficiais serão divulgados ainda neste domingo. As eleições legislativas são apontadas como essenciais para o futuro da relação da Polônia com a União Europeia e também com a Ucrânia.
Os dados mostram que o (PiS) deve alcançar cerca de 36,8% dos votos, conquistando 200 cadeiras no parlamento de 460 lugares. O maior grupo de oposição, a Coalizão Cívica liberal (KO), foi projetado para obter 31,6% dos votos, o que lhe daria 163 assentos.
Já a coligação de centro-direita da Terceira Via e a Nova Esquerda, que poderiam entrar numa coligação com KO, foi estimada com 13% e 8,6%, respetivamente.
Qual impacto de uma possível vitória do PiS
Se vitorioso, o PiS deve continuar a pôr em jogo sua controversa reforma do sistema judicial. A medida é fortemente criticada pela União Europeia (UE), que avalia a medida como um ataque à democracia. Não seria a primeira vez que a sigla e o partido se desentendem, o que só aumentaria a lista de desacordos entre eles.
Há também a chance de uma tensão entre Polônia e a Ucrânia se intensificar, já que, recentemente, o PiS proibiu a importação de grãos ucranianos, o que gerou críticas de Kiev.
Além disso, existe a possibilidade do PiS fazer uma coligação com a Confederação, partido de extrema-direita que defende o fim da ajuda polonesa à Ucrânia e fez campanha contra a imigração e a UE.
Conhecido por valores ultraconservadores, o partido acumula um histórico de polêmicas de ameaças aos direitos da comunidade LGBTQIA+ e à liberdade de imprensa.
“Cedemos certos poderes à UE, mas já é suficiente. Não mais. Estamos na UE, queremos permanecer nela, mas em uma UE de países soberanos”, disse Jaroslaw Kaczynski, líder do PiS, na semana passada.
Já o líder da oposição polonesa, Donald Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu, disse que a democracia venceu e que os nacionalistas do Lei e Justiça (PiS) seriam removidos do poder.
Donald Tusk, líder da oposição na Polônia, acena para apoiadores durante manifestação contra o governo nacional em 1 de outubro de 2023 — Foto: Kacper Pempel/Reuters
“Nunca estive tão feliz na minha vida como hoje com este segundo lugar. A Polônia venceu. A democracia venceu. Nós os removemos (PiS) do poder”, disse ele.
Tusk prometeu consertar as relações de Varsóvia com Bruxelas, marcadas por confrontos sobre questões como direitos da população LGBTQIA+ e migração.
Segundo a assessoria do presidente da Polônia, Andrzej Duda, que está no cargo desde 2015, provavelmente dará a primeira chance de formar um governo ao partido que obteve mais votos, ou seja, o Partido Nacionalista Lei e Justiça (PiS).
A participação nas eleições gerais da Polônia foi provavelmente a mais elevada desde a queda do comunismo em 1989, segundo o chefe da comissão eleitoral.
“A participação é provavelmente a mais alta da história da Terceira República”, disse Sylwester Marciniak em entrevista coletiva, após uma pesquisa de boca-de-urna ter indicado 72,9% de participação popular nas eleições.
Publicar comentários (0)