Uma adolescente de 16 anos, moradora de Itanhaém, no litoral de São Paulo, foi aprovada no curso “Resolvendo Desafios Globais”, que faz parte do programa de verão da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. A mãe da jovem, no entanto, afirmou o g1 que está preocupada com a fila de espera para emitir o passaporte, que já passa de 100 mil pessoas em todo o país. Não bastasse isso, elas ainda precisam juntar R$ 8 mil para pagar despesas que não estão inclusas na bolsa.
O curso acontece entre os dias 2 e 14 de julho de 2023 e faz parte do programa pré-universitário de Yale, na cidade de New Haven, estado de Connecticut.
Segundo Cibely Araújo Lima, foram dois anos estudando inglês e buscando oportunidades de estudar fora do Brasil. A jovem também precisou cumprir algumas regras e, portanto, fez trabalhos voluntários em uma ONG, participou de um clube do livro e de xadrez, precisou de uma carta de recomendação de professor e enviou o boletim escolar para verificação.
Tudo isso, além de provas e redações para o processo seletivo da “Yale Young Global Scholars”, fez com que Cibely fosse aprovada com 98% de bolsa, que cobre custos como hospedagem, o programa, refeições e, caso necessário, assistência à saúde.
A tão sonhada aprovação no programa que envolve discussões sobre os problemas globais chegou na última terça-feira (20). “Pensei que tinha lido errado na hora que recebi o resultado”, afirmou a adolescente.
Cibely Lima, de Itanhaém, no litoral de SP, foi aprovada com 98% de bolsa para um programa de verão na Universidade de Yale. — Foto: Arquivo Pessoal
De acordo com Cibely, a vontade de estudar fora do Brasil começou junto com o início das aulas do curso de inglês. Ela afirma que a opção de fazer intercâmbio com bolsa de estudos sempre foi a forma mais acessível para realizar esse sonho. “Conheci Yale depois de assistir [a série] Gilmore Girls”.
Cibely explica que a personagem Rory tem um grande dilema entre ir estudar na universidade de Yale ou em Harvard e, para a brasileira, seria um sonho poder estudar no mesmo lugar que a personagem fictícia preferida dela estudou. “Eu fiquei muito feliz”, lembra.
Já a mãe dela, Maria Izabel Araújo Bento, afirmou ao g1 que, de início, a notícia da aprovação da filha foi uma mistura de sentimentos bons. “Mas, depois de algum tempo, fiquei preocupada por conta do dinheiro e [também] com a questão da suspensão dos passaportes”, relata.
A mãe da estudante, Maria Izabel Araújo Bento, afirmou ao g1 que de início, a notícia da aprovação da filha dela foi uma mistura de sentimentos bons. — Foto: Arquivo pessoal
De acordo com Maria Izabel, pendências como passagem, passaporte e visto precisam estar concluídas até março de 2023, já que as documentações serão enviadas à Yale. Segundo ela, as despesas ficam em torno de R$ 8 mil. “O custo de tudo isso também sairá alto, mas estamos correndo atrás”, ressalta.
O custo para emitir um passaporte é de R$ 257. No caso do documento de emergência, a taxa sobe para R$ 334. Embora já tenha preenchido os formulários e feito o agendamento para poder tirar o documento, em 19 de novembro de 2022, a Polícia Federal (PF) suspendeu a emissão de passaportes por falta de verba, o que deixou ambas tensas.
No sábado (24), a PF emitiu um aviso em informando que a confecção do documento foi restabelecida após a liberação orçamentária de R$ 31,5 milhões, prevista em um projeto de lei sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Porém, de acordo com o balanço, há cerca de 108 mil pessoas aguardando na fila de espera. O número, conforme a PF, é referente aos atendimentos realizados desde o início de dezembro. O levantamento inclui pessoas que já passaram pelos postos de atendimento, cumpriram os processos burocráticos e aguardam apenas pela impressão e entrega do documento.
Segundo a PF, os agendamentos continuam ocorrendo, mas não há previsão para a entrega do documento. Novas pedidos terão prazo normalizado, assim que as solicitações anteriores tenham sido processadas pelo órgão.
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