O atentado aconteceu em setembro do ano passado. O principal acusado, Fernando Sabag Montiel, que apontou a arma na cara de Cristina Kirchner, é brasileiro.
Cristina, que é vice-presidente e ex-presidente da Argentina, queria que houvesse mais coleta de provas antes que o caso fosse para julgamento.
A entrada na fase de julgamento implica o encerramento do inquérito e foi pedida pelo promotor Carlos Rívolo em 30 de maio. A defesa dos três acusados não apresentou nenhuma objeção, assim a juíza María Eugenia Capuchetti deu continuidade ao processo.
Fernando Andrés Sabag Montiel, o brasileiro com nacionalidade argentina que atacou Cristina Kirchner com uma arma. — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Cristina afirma que há mandantes
Em sua denúncia, os representantes de Cristina exigiam que se investigasse a possível presença de autores intelectuais e financiadores do ataque –ou seja, mandantes. Ainda assim, eles vão participar como parte acusadora no julgamento, disse o advogado José Manuel Ubeira.
“Levar o caso a julgamento por partes é uma prática incorreta e prejudica a descoberta da verdade”, disse Ubeira.
Ao saber da decisão da Justiça, Cristina Kirchner ressaltou que “todo inquérito se caracterizou por evitar que se descubra a verdade. Está repleto de testemunhas que apagaram [os dados de] seus telefones, provas que foram destruídas sem que suas causas e motivações fossem investigadas, e uma tentativa evidente e desesperada de evitar encontrar a possível participação de terceiros, financiadores e instigadores”.
Homem é detido após tentar assassinar Cristina Kirchner na Argentina — Foto: Reprodução
O ataque ocorreu em 1º de setembro de 2022, em frente à residência de Cristina Kirchner, quando um dos detidos, Fernando Sabag Montiel, armado com uma pistola, misturou-se a um grupo de simpatizantes, aproximou-se da vice-presidente e apertou várias vezes o gatilho, mas a arma não disparou.
Naquele momento, um tribunal julgava a ex-presidente por um caso de corrupção.
Sabag Montiel, de 35 anos, e sua namorada Brenda Uliarte, de 23, foram denunciados como coautores. Nicolás Carrizo, de 27 anos, e que empregava o casal como vendedores ambulantes, foi acusado como “partícipe necessário”.
A caso foi classificado pelo promotor como “homicídio duplamente qualificado por aleivosia e por cooperação premeditada entre duas ou mais pessoas, agravado pelo uso de arma de fogo, em grau de tentativa”.
Em sua decisão, a juíza lembrou que o promotor considerou que, do inquérito, “não surgiu qualquer vínculo dos citados com qualquer grupo ou pessoa” que tivesse lhes oferecido assistência para cometer o crime. O promotor também descartou a existência de elementos que comprovassem “a colaboração de terceiros com dinheiro para o atentado”.
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Por: G1
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