A Escola de Verão nasceu em 2005 e, anualmente, seleciona aproximadamente 70 estudantes de diversos países. Aleandro da Hora e Isabelli Ferreira da Silva, que cursam o último ano de Informática junto com o Ensino Médio, se inscreveram em maio e tiveram o retorno positivo já no mês seguinte.
A taxa de inscrição do programa para cada aluno era de 120 euros, isto é, cerca de R$ 700. Como conseguiram a isenção, os dois terão alimentação e moradia gratuitos na universidade. Apesar do facilitador, ainda batalham para juntar R$ 10 mil que serão destinados às passagens aéreas.
Isabelli e Aleandro estudam juntos no Instituto Federal (IFSP) de Cubatão (SP) — Foto: Arquivo pessoal
Moradora de Praia Grande (SP), Isabelli é apaixonada pelo universo da Física desde o Ensino Fundamental. Com seu parceiro de estudos, que é de Cubatão, a jovem de 19 anos está animada com a oportunidade de fazer uma primeira viagem internacional, que acontecerá em agosto.
“Eu gostava de Ciências no geral […]. O primeiro contato do mundo foi Astronomia. Eu era fascinada por Astronomia, queria ser uma astronauta”, lembrou.
Ela explicou que os selecionados farão projetos acompanhados de estudantes da pós-graduação. Sob orientação deles, os grupos de jovens reunirão o conhecimento adquirido naquela semana para construir uma apresentação, que será exposta ao fim da viagem.
“Eu gosto de conversar com pessoas que gostam das mesmas coisas que eu e, às vezes, é difícil achar […] São pessoas de fora, com culturas diferentes, que terão os mesmos interesses que eu. A gente vai conversar e vai ser incrível”, declarou.
Aleandro também cresceu com facilidade na área das Exatas. Assim como a colega, ele participa de diversas atividades acadêmicas e se interessa pelo universo científico. Ele acredita que o conhecimento que deve adquirir na Escola de Verão é muito mais denso que recebe no Ensino Médio.
“É muito mais profunda a física que a gente aprende durante essa semana com esses pós-graduados. O mais legal também, que eu particularmente gosto, é o fato de ter uma apresentação no final porque eu vou ser um comunicador […] eu vou ser um palestrante, vou divulgar o conhecimento”, afirmou.
Ele disse gostar da física porque ela expande a visão que ele tem do mundo. O interesse pela disciplina, segundo Aleandro, surgiu no Ensino Médio, quando ele descobriu que havia muito mais para aprender além da matemática na área das Exatas. “Ela me faz entender o mundo no qual eu vivo”.
Jovens vendem doces para angariar recursos destinados à viagem — Foto: Arquivo pessoal
Tudo foi possível graças a professores do IFSP que prestaram suporte à dupla durante o processo seletivo. Quando souberam da possibilidade de ir para fora, os dois amigos foram atrás da documentação e redigiram ensaios em inglês para a universidade.
A professora de Inglês Adriana Mendonça disse estar orgulhosa dos ‘pupilos’. Ela que revisou os ensaios submetidos à faculdade e que, para a alegria dela, parecem ter agradado.
“É muito gratificante vê-los crescer, vê-los envolvidos e interessados em aprender mais. Tenho certeza que vai ser uma experiência incrível para eles, em outro país, conviverem com alunos de outras nacionalidades por algum tempo”, disse ela.
Além dos textos, eles também precisaram enviar histórico escolar e uma carta de recomendação do professor de física durante o processo seletivo. Embora já tenham juntado cerca de 30% do valor ncessário, eles seguem vendendo doces e mobilizando conhecidos para conseguirem o restante.
Escola de Verão de Física
Fachada da Universidade do Porto, em Portugal — Foto: Reprodução/Facebook/UP
A Universidade do Porto foi constituída formalmente em 22 de março de 1911, pouco após a implantação da República no país europeu.
Segundo a instituição pública, para a Escola de Verão de Física “os melhores estudantes do secundário [Ensino Médio] são desafiados a passar uma semana em trabalho intenso, assistindo a cursos, a palestras e desenvolvendo um projeto científico sob a supervisão de jovens investigadores”.
O programa é destinado a quem tem interesse em Ciência. Nas edições anteriores, a universidade acolheu estudantes de países africanos onde se fala Língua Portuguesa, de Macau, do Brasil e da Galiza.
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