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Britânica revela ter matado próprio filho com câncer terminal e agora faz campanha por morte assistida

today3 de julho de 2024 4

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Antonya Cooper, de Abingdon, na Inglaterra, disse que o filho, Hamish, tinha câncer em estágio 4 — e sentia “muita dor” antes de morrer em 1981.

Agora, ela própria enfrenta um diagnóstico de doença terminal, aos 77 anos — e admitiu o que fez à Radio Oxford, da BBC, como parte de um esforço para mudar a legislação sobre morte assistida.

O suicídio assistido, ajudar intencionalmente outra pessoa a cessar sua própria vida, e a eutanásia, cessar deliberadamente a vida de uma pessoa, são ilegais na Inglaterra.



Hamish tinha neuroblastoma, um câncer raro que afeta principalmente crianças.

Ele tinha cinco anos quando foi diagnosticado, e inicialmente deram a ele um prognóstico de três meses de vida.

Após 16 meses de um tratamento oncológico “brutal” no Great Ormond Street Hospital, em Londres, sua vida foi prolongada, mas ele ficou sentindo muitas dores, segundo Cooper.

“Na última noite de Hamish, quando ele disse que estava com muita dor, eu falei: ‘Você gostaria que eu acabasse com a dor?’, e ele respondeu: ‘Sim, por favor, mamãe'”, ela relembra.

“E por meio do cateter de Hickman, dei a ele uma grande dose de morfina que pôs fim silenciosamente à sua vida.”

Antonya Cooper ajudou a lançar a instituição Neuroblastoma UK após a morte do filho — Foto: BBC

A Radio Oxford, da BBC, perguntou a Cooper se ela acreditava que o filho sabia que ela pretendia dar um fim à sua vida.

“Tenho uma forte sensação de que no momento em que Hamish me disse que estava com dor, e me perguntou se eu poderia acabar com sua dor, ele sabia, ele sabia de alguma forma o que iria acontecer”, ela respondeu.

“Mas obviamente não posso dizer por que ou como, mas eu era mãe dele, ele amava a mãe dele, e eu o amava por completo, e não ia deixá-lo sofrer. Sinto que ele realmente sabia para onde estava indo.”

Ela continuou: “Foi a coisa certa a fazer. Meu filho estava enfrentando o sofrimento mais terrível e a dor mais intensa, eu não iria permitir que ele passasse por isso”.

Questionada se entendia que estava potencialmente admitindo ter cometido homicídio culposo ou doloso, ela respondeu: “Sim”.

“Se eles vierem atrás de mim 43 anos depois de eu ter permitido que Hamish morresse pacificamente, então eu teria que enfrentar as consequências. Mas eles teriam que ser rápidos, porque eu também estou morrendo”, acrescentou.

Quatro décadas após a morte de Hamish, sua mãe foi diagnosticada com um câncer incurável.

Ela disse que o sofrimento dele e seus próprios problemas de saúde consolidaram seu posicionamento em relação às mortes assistidas.

“Não fazemos isso com nossos animais de estimação. Por que deveríamos fazer isso com seres humanos?”, ela questionou.

Os defensores do chamado “direito de morrer” argumentam que as pessoas deveriam poder escolher quando e como morrer, a fim de evitar o sofrimento.

Os críticos argumentam que mudar a lei “pressionaria pessoas vulneráveis a acabar com suas vidas” por medo de serem um fardo emocional ou financeiro.

Parlamentares discutiram recentemente a questão durante um debate, no qual o governo disse que era uma questão de consciência pessoal de cada parlamentar — em vez de uma questão de política governamental.

Antonya foi diagnosticada com câncer terminal quatro décadas após a morte de Hamish — Foto: PA Media/Via BBC

De acordo com o jornalista Alastair Fee, correspondente de saúde da BBC, este é um assunto extremamente complexo e altamente controverso, mas que está ganhando força.

“Morte assistida é o termo usado para descrever uma situação em que uma pessoa com uma doença terminal busca ajuda médica para obter drogas letais que ela própria administra. Suicídio assistido é ajudar outra pessoa a cessar sua vida”, explica.

Segundo ele, ambas as práticas são ilegais no Reino Unido, mas recentemente a Escócia, Jersey e a Ilha de Man anunciaram que estão cogitando mudar a lei para permitir que pessoas com doenças terminais ponham um fim às suas vidas.

No total, 190 casos foram encaminhados ao Crown Prosecution Service (CPS), o Ministério Público do Reino Unido, ao longo de um período de 15 anos. A maioria não foi levado adiante, mas houve quatro processos que foram a julgamento.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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