Um cachorro chamado Zé Caramelo, de nove anos, luta contra crises convulsivas em uma casa de acolhimento a animais em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ele passou por lares temporários da cidade, até que precisou ser internado em uma clínica após um forte episódio. Agora, já de alta, a organização que o acolheu espera encontrar um novo tutor para ele.
A presidente da ONG Amor de Raça, Cleide Emília Rocha, conta que Zé Caramelo começou a ter as crises uma semana após ser resgatado, em janeiro deste ano. Segundo ela, o animal foi encontrado desmaiado em uma calçada. “Uma conhecida pediu minha ajuda, eu o encontrei quase morto e em pleno sol de janeiro”, lamenta.
Segundo Cleide, na época, Zé Caramelo realizou exames de sangue, onde foi constatado apenas anemia. — Foto: Arquivo Pessoal
Segundo Cleide, na época, Zé Caramelo realizou exames de sangue, onde foi constatado apenas anemia, porém, dias após o resgate ele passou a ter as crises. O cachorro passou por avaliação clínica, onde foi prescrito medicação anticonvulsivante. Desde então, ele passou por lares temporários pagos para ter assistência integral, já que a ONG trabalha apenas com resgate por meio de pedidos de socorro via redes sociais e encaminha os animais a lares temporários ou definitivos.
A presidente da ONG explica que, na última semana, a situação de Zé Caramelo piorou e ele precisou passar seis dias internado em uma clínica veterinária da cidade após uma forte crise. “A língua dele é toda machucada por conta das crises, já que acaba mordendo ela”, explica.
Segundo Cleide, as crises começam quando a medicação anticonvulsivante começa a perder o efeito. A presidente da ONG explica que momentos antes de uma crise começar, ele começa a latir e os olhos reviram.
De acordo com Cleide, por conta dessas crises, Zé Caramelo se assusta facilmente, até mesmo com as sombras das pessoas. Apesar disso, ela explica que o cachorro não é agressivo, somente exige um maior cuidado ao se aproximar, já que pode desencadear alguma crise. “É assustador vê-lo se debatendo, parece que ele vai morrer”, lamenta.
Com o aumento da dosagem do anticonvulsionante, sob prescrição médica, após a alta de Zé Caramelo da clínica veterinária, ele tem tido crises convulsivas em uma menor frequência, porém, ainda segue em risco.
Agora, Cleide busca um lar definitivo para Zé Caramelo, onde ele seja “filho único” para poder receber a atenção devida. — Foto: Arquivo Pessoal
Agora, Cleide busca um lar definitivo para Zé Caramelo, onde ele seja “filho único” para poder receber a atenção devido ao seu estado de saúde delicado. “A pessoa [tutor] também tem que ter muito amor para cuidar dele e paciência”.
Ainda não se sabe o motivo para as crises convulsivas do animal, já que para diagnosticar uma epilepsia, é necessário um exame de ressonância magnética que custa em torno de R$ 2 mil. Cleide alega que não recebe qualquer assistência do serviço público para o tratamento do animal. “A zoonoses diz que só cuidam de doenças transmissíveis de animais para humanos e que não tem lugar para colocar nem fazem resgates”, alega.
Segundo o médico veterinário Rafael Novaes Monteiro, as crises convulsivas podem ser causadas por anemia, doenças virais e infecciosas. Elas podem ser espasmos pelo corpo todo ou não. “A melhor coisa a se fazer quando se encontrar um animal em crise é acalmar ele, tentar não fazer barulhos, que podem desencadear um quadro mais forte, deixar em um local tranquilo e levá-lo o mais rápido possível para um veterinário”. A partir daí, explica o especialista, o médico fará a melhor avaliação de qual medicação será aplicada.
A Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande informou, em nota, que o Centro de Controle de Zoonoses não realiza resgate e abrigo de animais. A administração municipal pontuou que tem projetos para parcerias com credenciamentos junto à clínicas especializadas, mas disse que ainda não há previsão de início.
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