Uma guarda-vidas encontrou um caranguejo de coloração azul andando na beira do mar em Santos, no litoral de São Paulo. Ao g1, especialistas afirmaram se tratar de um animal da espécie Cardisoma guanhumi, conhecido como caranguejo da terra, uma espécie que se encontra em perigo de extinção e que não costuma aparecer nas praias da região.
A guarda-vidas Roberta Alessandra Oliveira, de 43 anos, encontrou o animal por volta das 7h30 de quinta-feira (23), na praia da Pompeia. De acordo com ela, o caranguejo estava agitado e tentou fugir quando ela se aproximou dele. “Ele era rápido, [então] eu tive que usar a minha nadadeira e o chinelo, para conter as garras dele”, afirma.
A guarda-vidas ainda disse que, caso outra pessoa tentasse pegá-lo, poderia acabar se machucando, já que ele tentou usar as garras para se proteger. “Além de lindo, ele estava bravo”, disse. Após conseguir capturá-lo, Roberta o levou até a grama, próximo a uma árvore e deixou o animal no local.
Roberta Alessandra Oliveira, de 43 anos, encontrou o Guaiamu por volta das 7h30 em Santos, no litoral de SP. — Foto: Roberta Alessandra Oliveira
Espécie em perigo de extinção
Segundo o biólogo marinho Douglas Rey dos Santos, o caranguejo é da espécie Cardisoma guanhumi, também conhecido como “caranguejo da terra” ou Guaiamu. A espécie pode crescer até 15 cm e varia entre as cores azul escuro, marrom ou cinza pálido.
O especialista afirma que o crustáceo encontrado é jovem e provavelmente ainda crescerá muito mais. De acordo com Santos, a espécie costuma viver em tocas na parte superior de mangues. “Eles cavam fundo, até 2 metros [de profundidade] para o fundo da toca chegar na água”, explica.
O especialista ainda afirma que não é comum essa espécie apareça nas praias de Santos, já que a região da faixa de areia não tem qualquer manguezal nas proximidades. “Impossível ele aparecer na praia da Pompéia de forma natural”.
Segundo o biólogo marinho Eric Comin, o caranguejo da cor azul encontrado em Santos (SP) é um Cardisoma guanhumi — Foto: Roberta Alessandra Oliveira
O biólogo Eric Comin explica que o Guaiamu é onívoro, sendo assim, ele coleta e come folhas ou frutas perto de sua toca, porém, também pode comer insetos e carniça. “Eles se movem na sombra durante o dia e evitam se mover sob luz solar direta prolongada para se alimentar à noite”, afirma. Além disso, a espécie ainda é um recurso economicamente importante em várias localidades, já que é consumido na culinária pernambucana e baiana
Segundo Eric, desde maio de 2018 uma portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proíbe a captura de 25 espécies dos mares e dos rios, entre elas o Guaiamu. Ela determinou que os estoques mantidos até 30 de junho daquele ano poderiam ser comercializados, sendo necessário sinalizar a autarquia sobre a posse dos animais. Em qualquer outro caso, o biólogo explica que a comercialização é proibida e quem for flagrado comercializando o crustáceo está sujeito a pagar multa de R$ 5 mil por unidade.
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G1 Santos.
Por: G1
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