Líderes indígenas de ex-colônias britânicas exigiram nesta quinta-feira (4) que o rei Charles III apresente um pedido de desculpas por “séculos de racismo” e o “legado de genocídio”, crimes que atribuem à Coroa.
Em uma carta divulgada dois dias antes da coroação do novo monarca, representantes indígenas de 12 países da Commonwealth também pediram indenizações financeiras e a devolução dos tesouros culturais roubados.
O texto é assinado por líderes da Austrália, cuja população indígena foi massacrada e expulsa de suas terras por colonos britânicos, e de vários países do Caribe que foram atacados para a busca de escravizados.
Charles III sentado ao lado da coroa da então rainha durante a abertura do Parlamento, no Palácio de Westminster, em Londres, terça-feira, 10 de maio de 2022. — Foto: AP Photo/Alastair Grant
O grupo afirma que está unido para ajudar sua população a “recuperar-se de séculos de racismo, opressão, colonialismo e escravidão”.
Nos últimos anos, Charles III tentou estabelecer uma aproximação dos líderes indígenas, diante dos apelos à responsabilização da monarquia por suas ligações com o comércio de escravizados e o legado de violência do Império Britânico.
Embora Charles III já tenha admitido que a Coroa deve “reconhecer os erros” do passado, a carta pede ao novo rei um passo a mais, com um pedido formal de desculpas.
A ex-atleta olímpica Nova Peris, a primeira mulher aborígene eleita para o Parlamento Federal da Austrália, é uma das signatárias. Crítica dos vínculos da Austrália com a família real, ela disse que chegou o momento de “reconhecer as consequências terríveis e duradouras” da colonização e o “legado de genocídio” sentido por muitas populações indígenas.
Nova Peris de camisa florida, em novembro de 2013 — Foto: Mark Graham/AFP
A carta pede a Charles III o início de discussões para indenizar as populações indígenas, que sofreram o saque de seus tesouros e a destruição de sua cultura.
O texto também é assinado por representantes do Canadá, Nova Zelândia e Papua-Nova Guiné.
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Por: G1
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