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O Programa de Controle de Poluição Ambiental, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), foi iniciado por decisão do então governador André Franco Montoro, e aconteceu depois do incêndio de 24 de fevereiro de 1984.
Imagem aérea do polo industrial de Cubatão, SP — Foto: Arquivo A Tribuna
Na época, um duto que ligava a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) ao terminal portuário da Alemoa rompeu e derramou 700 mil litros do produto inflamável pelo mangue.
Em 1985, um ano depois do incêndio da Vila Socó, a cidade mais poluída do mundo começou a caminhada para mudar a imagem negativa mundialmente. O principal objetivo programa foi controlar as fontes de poluição do ar, água e solo.
Como os níveis de poluição caíram 98%, em 1992 a cidade voltou a receber novo título da ONU, desta vez, de Cidade Símbolo da Recuperação Ambiental.
Na época, segundo a Prefeitura de Cubatão, foram instalados nas indústrias filtros que conseguiram controlar a emissão de poluentes no ar, além de terem sido estabelecidas normas mais rígidas quanto à utilização de recursos hídricos e despejo de material na natureza.
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Ainda de acordo com a administração municipal, foram investidos aproximadamente US$ 3 bilhões, o equivalente a R$ 163 bilhões, na cotação atual. Veja alguma das ações do plano:
➡️ Filtros em chaminés
➡️Despoluição dos rios e córregos
➡️Gerenciamento de todos os resíduos produzidos
➡️Medições das emissões de gases no ar
➡️Recuperação da Mata Atlântica e replantio de árvores
A Cetesb enviou à equipe de reportagem o controle, levantado à época, das fontes de poluição da cidade. Veja abaixo:
Controle de Poluição Ambiental, em Cubatão, entre a década de 80 e 90
Poluição | Fontes autuadas | Fontes controladas |
Ar | 230 | 207 |
Águas | 44 | 44 |
Solo | 46 | 46 |
Total | 320 | 297 |
Além dessas, 23 fontes foram desativadas. Atualmente, de acordo com a Cetesb, as fontes autuadas à época possuem controle. Algumas ações continuam sendo realizadas para manter o resultado do programa. Sendo elas:
Incêndio que atingiu uma unidade da Vale Fertilizantes, em Cubatão (SP), em 2017 — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
O g1 entrou em contato com a ONU para solicitar o ranking atualizado das cidades mais poluídas do mundo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Cubatão tem 142,879 km², cortados por rios e mangues, que sofreram o impacto da poluição. Com a Rodovia Anchieta, a cidade tornou-se um grande centro de tráfego de veículos de passeio e de carga entre São Paulo e a região da Baixada Santista. Mas, seu destaque é o grande parque industrial que abriga 24 empresas.
De acordo com a Organização Mundial em Saúde (OMS), as indústrias estão entre os maiores poluidores atmosféricos — o que foi e continua sendo o maior desafio da cidade, que trabalha para não voltar às condições da década de 80.
Confira abaixo a história da cidade que transformou o ‘Vale da Morte’ em ‘Vale da Vida’:
Vila Parisi, em Cubatão (SP), no dia 3 de maio de 1985 — Foto: João Vieira/Arquivo A Tribuna
O historiador Welington Ribeiro Borges, de 59, saiu de Minas Gerais (MG) e foi para Cubatão aos seis anos de idade. De acordo com ele, na década de 80 as indústrias lançavam aproximadamente mil toneladas de poluentes na atmosfera por dia.
A poluição da água, do solo e do ar, junto à falta de legislação ambiental da época, causou inúmeros casos de mortes por doenças respiratórias e anencefalia — condição em que o cérebro e o crânio não se desenvolvem. Estes motivos fizeram a cidade ficar conhecida como ‘Vale da Morte’ e ser considerada a mais poluída do planeta pela ONU.
Problemas respiratórios eram comuns em Cubatão (SP), na década de 80 — Foto: Reprodução/Globo Repórter
A maioria destes casos, de acordo com Welington, foram registrados na Vila Parisi, um bairro situado no coração das indústrias, ou seja, a maior parte da carga de poluição ficava naquela região. A área deixou de ser habitada após o então prefeito José Oswaldo Passarelli decretar a extinção do bairro.
“Quando trabalhei no arquivo municipal tive contato com uma parte dos formulários de atendimento ambulatorial do antigo pronto-socorro da Vila Parisi. Eram milhares de fichas e, em uma rápida observação, a gente via que a maioria das pessoas era atendida por problemas do aparelho respiratório”, lembrou.
Atualmente, boa parte dos moradores da Vila Parisi se concentra no bairro Jardim Nova República. A região que foi extinta, por sua vez, foi transformada em um centro logístico para caminhões.
Sete toneladas de peixes mortos no Rio Casqueiro, em Cubatão (SP) — Foto: Robynson Señoraes/g1
Welington explicou que a poluição prejudicava ainda mais as pessoas que já tinham problemas de saúde, principalmente, respiratórios. Elas eram obrigadas a se mudar para cidades vizinhas para conseguir sobreviver.
Segundo o historiador, alguns moradores usavam máscaras de proteção para conseguir circular pelo município sem sentir o cheiro de “óleo diesel e enxofre”. Além disso, o especialista lembrou que o céu tinha uma camada escura e amarelada.
“As pessoas conviviam da maneira como podiam […]. O sentimento que todos tinham era de não dizer que era daqui [de Cubatão]. Geralmente, dizíamos que morávamos em Santos ou outra cidade da região”, disse.
Dezenas de pessoas morreram durante incêndio na Vila Socó, em Cubatão — Foto: Arquivo/A Tribuna Jornal
Por: G1
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