Duas empresárias de Praia Grande, no litoral de São Paulo, criaram uma loja online de vendas e aluguel de câmeras analógicas e digitais. Ao g1, a atriz Anna Hallai Avino, de 24 anos, e a cantora e compositora Giovanna Avino, 33, contaram que, em quase três anos, venderam mais de 5 mil equipamentos fotográficos.
“A fotografia com filme dá uma alma para foto. Para gente, parece que as pessoas não querem mais simplesmente pegar o celular e tirar foto. Elas querem que isso fique eternizado, mesmo que depois seja digitalizado. Dá para sentir as pessoas nos locais que foram tiradas as fotos ou as paisagens, fica com um aspecto mais do olhar da pessoa”, iniciou Anna.
Segundo as empresárias, que são casadas há quatro anos, em outubro de 2020 elas estavam sem trabalhar por conta da pandemia da Covid-19. Por isso, as duas começaram a vender objetos que tinham em casa e não usavam mais. Durante o desapego, encontraram uma câmera da década de 60, a Olympus Pen.
Elas contam que se surpreenderam com a rapidez que conseguiram vender a câmera. Por este motivo, com o valor, compraram outras duas máquinas fotográficas, e, assim por diante. De forma inesperada, surgiu a Annalogicameras, junção do nome da Anna com o apelido da Giovanna, Gica.
Em quase três anos, a dupla vendeu mais de 5 mil câmeras analógicas e digitais — Foto: Reprodução/Instagram
Atualmente, elas revendem diversos modelos de câmeras, que variam da década de 40 aos anos 2000. Além disso, criaram duas linhas próprias, a Annalogicolors com as cores do arco-íris, e Annalogicandy de cores pastéis.
“Decidimos fazer nossa própria linha com cores, porque a maioria das analógicas são pretas ou pratas. As coloridas são bem mais difíceis de achar”, explicou Giovanna.
De acordo com a dupla, o objetivo é ajudar as pessoas, principalmente mulheres, que hoje são 90% do público da Annalogicameras, a iniciarem na fotografia analógica e digital.
Ainda segundo as empresárias, a volta do “vintage” à moda, uniu a geração Z, nome dado às pessoas nascidas entre 1995 e 2003, e os millennials, os nascidos entre 1983 e 1994, na compra de câmeras antigas.
Empresárias de Praia Grande (SP) querem ajudar mulheres a iniciarem na fotografia analógica e digital — Foto: Arquivo Pessoal
À reportagem, o médico e psicólogo Roberto Debski explicou que, apesar do “vintage” ser um estilo seguido por muitas pessoas, a pandemia influenciou a geração Z e os millennials a valorizarem a conexão com coisas que remetem a tempos melhores, porém, é preciso ter cuidado.
“Pode ser positivo se a pessoa não ficar presa a isso. ‘Só aquele tempo que era bom, só aquilo que funcionava. Hoje é muito ruim’. Desta forma, ela não vai viver o momento presente e aproveitar a vida, ficando conectada somente a coisas do passado. Quando isso acontece, a pessoa pode entrar em depressão, porque quem não vive o presente e não tem foco no futuro, pode se sentir deprimido”.
Para Anna e Giovanna, a história das máquinas é de extrema importância, já que recebem diariamente relatos de clientes dizendo terem vivido um resgate de memórias ao ver o equipamento. “Impacta muito a vida das pessoas, principalmente, em sonhos realizados. Nós conseguimos achar câmeras que elas nem imaginavam que nós poderíamos reencontrar“, disse Giovanna.
Anna e Giovanna criaram duas linhas próprias de câmeras analógicas coloridas — Foto: Arquivo Pessoal
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