“Acabamos de conseguir entrar em um bote salva-vidas do Titanic”, resumiu, vitorioso, naquela manhã sombria de 24 de junho de 2016, quando os britânicos se deram conta da nova realidade, apartados do bloco europeu, após o resultado do referendo que determinou a separação, por 52% contra 48%, dos votos.
Na época, o estridente político, que propagava o sentimento xenófobo entre os eleitores, prometeu que deixaria o país se o Brexit se tornasse um desastre. Este momento-confissão finalmente chegou na segunda-feira (15) à noite, durante o programa Newsnight, da BBC, quando ele reconheceu que o Reino Unido não se beneficiou economicamente do Brexit.
Nigel Farage foi um dos principais líderes do movimento que conseguiu que o Brexit fosse aprovado pela população. — Foto: Reuters/Toby Melville
O veredicto tardio pareceu surpreender até a entrevistadora Victoria Derbyshire. Mas, em seu mea culpa, Farage apontou o dedo para os políticos conservadores, a quem culpou pelo fracasso, por terem gerenciado mal a saída do bloco europeu.
“Nossos políticos são tão inúteis quanto os comissários de Bruxelas”, vaticinou o ex-deputado do Ukip e do Partido Brexit, que atua como comentarista do canal de rádio e TV GB News.
O Brexit é um dos fatores de desaceleração econômica do Reino Unido, de acordo com o Escritório de Responsabilidade Orçamentário, agência do governo que fiscaliza as finanças do país. Os outros são a pandemia e a crise energética provocada pela guerra russa na Ucrânia.
Se o Reino Unido tivesse permanecido na UE, o PIB seria 4% maior, alertou o presidente da agência Richard Hughes, que prevê mais cinco anos até que o poder de compra dos britânicos se recupere aos níveis pré-pandemia. Os dados são corroborados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que determina o crescimento do PIB britânico como o segundo pior, à frente apenas da Rússia, entre as grandes economias.
Um em cada cinco eleitores do Brexit diz ter se arrependido de seu voto. O boquirroto Farage ainda não vai tão longe no seu julgamento. Até porque seria cobrado a cumprir a promessa de deixar o país.
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Por: G1
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