Ao g1, a gestora pública e diretora de Cultura da cidade, Camila Souza Quelhas Esteves, de 39 anos, contou que os animais foram adotados já adultos. Ela é tutora dos felinos e a responsável pelos custos com alimentação, veterinário e todos os cuidados necessários.
As primeiras a chegarem ao departamento foram Tarsila e Monalisa. Em fevereiro de 2017, as irmãs com pelagem preta participaram de uma feira de adoção do departamento de Zoonoses, realizada junto com um feirão de artesanato e economia criativa na Casa de Cultura.
Na ocasião, Tarsila chamou atenção da diretora de Cultura por ser carinhosa com os visitantes. “A feira durou três dias e eu tinha certeza que ela seria adotada por ser extremamente dócil com todos”, explicou Camila, que se surpreendeu ao ver que a gata ainda estava no último dia de feira.
Junto com outros funcionários do departamento, Camila resolveu adotá-la. No entanto, a equipe de zoonoses informou que a gata tinha uma irmã que também precisava de um lar. “A irmã menor já não era tão simpática e só chorava, mas topamos. Pegamos as duas e colocamos o nome de Tarsila e Monalisa por estarem indo morar em uma casa de cultura”, relembrou.
As irmãs Tarsila e Monalisa são inspiração para os artesãos de Bertioga (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
De acordo com a gestora pública, os animais passaram por um processo de adaptação e rapidamente começaram as “atividades” no local. Menos de um mês depois, outro gato preto apareceu na sala de violão da Casa de Cultura e chegou a ser confundido.
“Um funcionário veio me mostrar dizendo que achava que a gata que havíamos adotado estava meio ‘estranha’. Não era nenhuma das duas, era outro gato que havia aparecido e por lá ficou”, disse Camila, que junto com a equipe resolveu cuidar do animal.
O gato recebeu o nome de Estranho e ficou na Casa de Cultura até ser transferido para o Forte São João. Segundo a diretora, no novo posto ele chama a atenção dos visitantes pela “beleza imponente”. O felino chegou inclusive a receber um crachá de identificação.
Em 2021, o “time de felinos” ficou completo com a chegada de outro gato preto no estacionamento da Casa de Cultura. “Era só bochecha com um corpo fino, machucado, rabo quebrado, olhar sofrido e extremamente medroso. Percebemos que ele não ia embora e começamos a alimentá-lo”, afirmou Camila.
De acordo com ela, o animal passou a ser chamado de Bochecha e a receber cuidados para se recuperar dos ferimentos. “A recuperação dele foi ao lado da Tarsila, com quem ele já tinha feito certa amizade. Ele ficou e hoje tem uma vida confortável de muito amor”.
Tarsila e Bochecha ‘trabalham’ juntos na Casa de Cultura de Bertioga (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
O gato Estranho fica no Forte como “segurança”, mas os demais animais moram e possuem atribuições na Casa da Cultura.
Em breve, os demais devem receber crachás, assim como Estranho. “Tarsila é a líder da turma e atende todos que chegam”, afirmou Camila, dizendo ainda que a gata participa das aulas de artes, principalmente de ballet.
Tarsila é a líder dos funcionários felinos em Bertioga (SP) e adora aulas de ballet — Foto: Arquivo Pessoal
“Ela [Tarsila] participou de duas peças teatrais”, disse a gestora pública, explicando que em uma das apresentações ‘atuou’ como a gata da família. “Foi um sucesso”, enfatizou.
Monalisa é mais tímida e prefere explorar as partes altas da Casa, pedindo colo somente no frio. “O Bochecha já adotou algumas mesas e curte um serviço administrativo”, explicou Camila, dizendo que os felinos conquistaram os funcionários e turistas, que tiram diversas fotos dos animais.
“Eles são todos extremamente bem cuidados. A casa possui ‘passagens secretas’ para que possam ficar dentro ao encerrar o expediente”, disse a mulher. Ela lembrou, ainda, que o local conta com câmeras para o monitoramento e todos animais têm caixas de areia e cobertores, além de comida e água.
Segundo Camila, além de desmitificar boatos sobre gatos pretos trazerem azar, a presença dos felinos no departamento busca incentivar a adoção de animais adultos. “As pessoas que conhecem as histórias deles acabam entendendo que adotar um animal adulto é maravilhoso também”, finalizou.
O gato Estranho foi inspiração para uma aula de pintura no Forte São João, em Bertioga (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
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