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Dallas Jenkins, criador da série The Chosen, respondeu às críticas de pastores e líderes cristãos sobre uma cena entre Jesus e Judas Iscariotes, que será exibida na próxima temporada.
A cena apresenta um diálogo em que Jesus diz a Judas: “Você tem uma escolha a fazer […] Eu o quero, e já o tive antes”. A resposta de Judas, emocionado, demonstra seu desejo de continuar seguindo Jesus.
A polêmica surgiu após o lançamento do teaser, que gerou debates teológicos nas redes sociais. Entre os questionamentos, os principais foram se Jesus teria orado por Judas, se Judas possuía livre-arbítrio e se ele já havia sido salvo.
Em uma live, o criador da série disse que compreende algumas das críticas, mas reiterou que sua intenção é criar diálogos e reflexões bíblicas.
Jenkins destacou que Jesus sempre soube que seria traído por Judas, conforme descrito nas Escrituras. Ele negou qualquer insinuação de que Jesus estaria tentando mudar o destino de Judas: “A traição de Judas é parte da vontade do Pai e do plano de salvação”, afirmou Jenkins, citando que a série reflete esse entendimento.
O diretor enfatizou que, ao dizer “Eu orarei por você”, Jesus não estava pedindo a Deus para mudar a decisão de Judas. Ele explicou que a oração poderia ter significados variados, incluindo compaixão e intercessão, referindo-se ao ensino de Jesus em Mateus 5:44: “Orai pelos vossos inimigos e pelos que vos perseguem”.
Jenkins abordou a controvérsia teológica sobre a fé de Judas, citando perspectivas calvinistas e arminianas. Ele argumentou que Judas era inicialmente um seguidor fiel de Jesus, com autoridade para pregar e expulsar demônios. No entanto, ele afirmou que os eventos posteriores foram determinados pela vontade de Deus.
“Eu acredito que [Judas] creu e depois apostatou — e que naquela época ele não tinha escolha. Era parte da vontade de Deus, especialmente quando forças espirituais sombrias entraram nele”, disse Jenkins, referindo-se a passagens bíblicas que descrevem a possessão de Judas antes de sua traição.
Para garantir a precisão teológica, Jenkins revelou que os roteiros passam por revisões de duas equipes de estudiosos conservadores. Ele também mencionou a oração de Jesus no Jardim do Getsêmani como um exemplo de submissão à vontade do Pai, destacando que a relação entre a vontade de Jesus e a do Pai é inseparável.
O diretor citou João 17, onde Jesus ora por Seus apóstolos, mas não pelo “filho da perdição”. Apesar disso, Jenkins sugeriu que Jesus poderia ter orado por Judas em outros momentos de Seu ministério, ressaltando Sua compaixão pelos que O rejeitaram.
Jenkins afirmou que a controvérsia oferece uma oportunidade para conversas teológicas e reflexão bíblica. Ele encorajou debates respeitosos e precisos sobre a cena e os temas que ela aborda: “É bom ter esse tipo de conversa […] e que sejamos precisos no que estamos assumindo sobre os outros”, concluiu.
A série The Chosen, que busca retratar a vida de Jesus e Seus discípulos, continua a despertar discussões profundas entre cristãos, reforçando a relevância de questões bíblicas na cultura contemporânea.
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