O g1 obteve o boletim de ocorrência do caso, que aconteceu na noite do dia 10 de julho. No registro policial, há as versões do homem de 33 anos, da mãe do filho dele e de dois guardas municipais.
Em depoimento à Polícia Civil, a equipe da Guarda Municipal informou que foi acionada para atender a ocorrência por uma mulher, que gesticulou com a mão pedindo apoio quando a viatura passou no bairro Vista Linda. Ela teria dito que o homem, de 33 anos, estava com o filho no colo e não queria devolvê-lo.
Um dos agentes, de 29 anos, pediu para ele colocar a criança no chão para conversarem. Porém, o homem não teria obedecido, dizendo que era filho dele. Ele ainda teria fechado os punhos e ido em direção ao guarda, que disse ter colocado a mão no coldre, dado passos para trás e apontado o gás de pimenta para o homem, sem usá-lo.
Outro guarda, de 21 anos, teria se aproximado do homem, que teria começado a desferir socos no peito e braços do agente. Nesse momento, a mulher que acionou a corporação conseguiu tirar a criança dos braços do pai.
O homem teria ofendido os guardas com xingamentos, como filhos da p*ta, vagabundos e arr*mbados. Por isso, ele foi algemado e levado ao Pronto-Socorro de Bertioga para receber atendimento antes de ir à delegacia.
Segundo os guardas, mesmo algemado, o homem deu uma cabeçada no agente de 28 anos, que tentou empurrá-lo para se defender, quando foi atingido por um soco na nuca, desferido por um sobrinho do homem.
Em seguida, o guarda teria revidado. Um vídeo obtido pelo g1 mostra o agente socando o rosto do homem algemado, dentro do Hospital de Bertioga. Nas imagens, gravadas por familiares do agredido, é possível ver o rapaz sendo pressionado contra a parede. O agente de segurança usou o braço contra o pescoço do homem, que falou para o profissional tirar a mão dele, antes de levar o soco.
Guarda deu soco no rosto de homem algemado dentro de hospital em Bertioga, SP — Foto: Reprodução
O casal também falou com a Polícia Civil. O homem, de 33 anos, que foi agredido pelo guarda afirmou que se encontrou com a mãe do filho e eles discutiram, mas sem nenhuma agressão. Ele contou que pegou o filho no colo porque a mulher estava bêbada. Porém, ela acionou a GCM.
O homem disse à polícia que ficou nervoso porque um dos guardas apontou uma arma para ele, mas não foi para cima de ninguém. Mesmo assim, foi segurado pelos braços, algemado e levado para o hospital, onde foi agredido e deu uma cabeçada para se defender. Ele confirmou que o sobrinho, de 19 anos, também deu um soco na nuca do agente para tentar lhe defender.
Já a mulher, de 41 anos, que é mãe da criança, explicou à Polícia Civil que tem uma relação não formal com o pai do filho, mas que eles moram separados. A criança, de 2 anos, vive com ela.
A mulher disse que, naquele dia, o casal teve uma discussão normal, mas ela foi expulsa da casa da mãe dele, que afirmou que chamaria a polícia. Como o homem estava segurando o filho no colo, ela ficou aguardando a chegada dos agentes. No entanto, ela viu a Guarda Municipal passando e resolveu acionar a equipe.
O boletim de ocorrência não apresenta a versão do guarda municipal que teria agredido o homem.
Em nota, a Prefeitura de Bertioga informou que abriu uma sindicância interna para analisar a ocorrência e o agente ficará afastado até o resultado das investigações.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) disse que o caso foi registrado como resistência e lesão corporal na Delegacia de Bertioga. “As partes envolvidas foram ouvidas pela autoridade policial, que solicitou exames ao Instituto Médico Legal (IML) e segue analisando as imagens visando o total esclarecimento dos fatos”.
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