Desde o golpe militar que derrubou o governo de Bangladesh no mês passado, grupos islâmicos têm aterrorizado e ameaçado minorias religiosas, incluindo cristãos. A Christian International Solidarity (CIS), organização que monitora a perseguição religiosa no mundo, emitiu um alerta grave sobre o perigo que os cristãos enfrentam no país asiático.
A crise começou em agosto, quando uma série de protestos liderados por estudantes resultou na renúncia da primeira-ministra Sheikh Hasina, que fugiu para a Índia. “Cerca de 600 pessoas morreram durante as manifestações violentas”, relatou a CIS.
Muhammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, foi designado para liderar um governo interino, na tentativa de restaurar a ordem no país. No entanto, a instabilidade continua, abrindo caminho para grupos extremistas islâmicos atacarem cristãos, hindus e budistas.
Joel Veldkamp, chefe de comunicações internacionais da CIS, explicou que extremistas estão aproveitando o caos para expulsar e atacar minorias religiosas. “Depois de semanas de protestos sangrentos, o governo de Bangladesh foi derrubado em um golpe militar”, relatou Joel à CBN News. “Hindus, cristãos e budistas foram atacados por multidões organizadas por grupos islâmicos.”
Com a queda do governo secular, há temores de que a violência islâmica aumente significativamente. “Estamos extremamente preocupados com o aumento da violência jihadista contra não-muçulmanos no país”, disse Joel.
Um trabalhador cristão da CSI foi forçado a fugir de Bangladesh após ser ameaçado por extremistas. “Cinco dias após o golpe, um grupo armado veio à sua casa, exigindo que ele e sua esposa deixassem o país”, contou Joel. Os extremistas marcaram casas de cristãos com cruzes para identificar os moradores e facilitar os ataques.
Dezenas de igrejas foram bombardeadas, escolas cristãs fechadas e templos hindus atacados. “Os extremistas têm feito ameaças e exigido que as mulheres usem o hijab, criando uma atmosfera de medo”, concluiu Joel.
A situação continua crítica, com a polícia e professores sendo substituídos por membros de grupos islâmicos, o que agrava a insegurança e perseguição no país.
Publicar comentários (0)