A realidade aumentada do veleiro inglês Kestrel, encalhado há mais de 100 anos na orla de Santos, no litoral de São Paulo, foi feita em uma modelagem 3D a partir de uma pintura de Benedito Calixto, renomado pintor do século 20. Ao g1, a gerente de projetos da empresa responsável pelo trabalho ‘virtual’ explicou, nesta quinta-feira (2), detalhes sobre a atração. “Feita retratando como ele estava quando encalhou”.
A experiência de ‘visualizar’ o veleiro é possível por meio de uma placa instalada no pontilhão da faixa de areia do canal 5. No local, a pessoa deve usar um celular ou tablet para escanear o QR Code no totem, e apontar para a direção dos destroços. Pela tela, é possível ver o navio em 3D, sobre a água.
“Primeiro, estruturamos e fizemos a modelagem 3D do veleiro Kestrel, com base na reprodução da pintura de Benedito Calixto. A ideia era trazer [para a imagem] como a embarcação estava quando encalhou, já com as velas quebradas. Depois, estruturamos o projeto em realidade aumentada”, explicou Alexia Quessada, da companhia Criando Valor Tecnologia & Informação.
Realidade aumentada foi feita a partir de arte de Benedito Calixto — Foto: Reprodução
A gerente de projetos acrescentou que o trabalho foi realizado por seis profissionais da companhia, como modeladores 3D e designers gráficos, e teve a duração de dois meses até a entrega. A atração foi inaugurada dentro das comemorações pelo aniversário de 477 anos de Santos (SP).
Ainda de acordo com a profissional, a realidade aumentada é uma tecnologia em que objetos feitos em uma modelagem 3D podem ser ‘inseridos’ em nosso cotidiano. “Conseguimos visualizar – por celulares e tablets – o modelo imerso no ambiente, trazendo toda essa relação do virtual com o real”.
Além do código de acesso à imagem, a placa na praia de Santos (SP) conta com instruções para que os interessados possam ‘viver’ a experiência, resume a história do navio e mostra, inclusive, a pintura de Benedito Calixto.
‘Navio fantasma’ pode ser visto por meio de celulares e tablets após QR code ser escaneado — Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos
A ideia de criar a experiência surgiu de uma conversa do secretário municipal de Serviços Públicos (Seserp), Wagner Ramos, com o jornalista santista Sérgio Williams, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos.
“É muito gratificante ver a repercussão desse projeto. Já imaginávamos algo neste porte por ser um questionamento de muitas pessoas, sobre o que existe lá [nos destroços onde o veleiro encalhou]. Ficamos muito animados quando soubemos da oportunidade, entendendo da possibilidade que poderíamos contribuir com toda essa experiência”, concluiu Alexia Quessada.
Funcionários da limpeza urbana do município se depararam com a estrutura parcialmente enterrada na areia durante a limpeza das praias, em agosto de 2017. Equipes da prefeitura foram deslocadas ao local e constataram aquilo que parecia ser parte do casco de uma embarcação de madeira. Na ocasião, a área foi isolada, por segurança.
Quadro pintado em Londres revela o veleiro Kestrel, que encalhou em Santos — Foto: Reprodução
“Esse navio estava enterrado ali há muito tempo e, com o rebaixamento da areia, acabou ‘aflorando’. Pela mureta do canal, por onde passa parte da estrutura desse barco, dá para ver que mais de 1,5 metro de areia foi rebaixada nessa área”, explicou a então subprefeita da região da orla, Fabiana Ramos Garcia Pires.
Na época, o então prático em atividade mais antigo do Brasil, Fabio Mello Fontes, explicou se tratar de uma embarcação construída antes de 1930. “Ferro e madeira não foram mais usados depois desse período, por isso, deve ter mais de 100 anos. Certamente é uma embarcação muito antiga, que ainda requer investigação minuciosa”, disse.
Ficas de mental nos destroços de navio são encontrados na praia do Embaré, em Santos, SP — Foto: José Claudio Pimentel/G1
Destroços do navio ‘misterioso’ encalhado em Santos — Foto: G1 Santos
Destroços de navio são encontrados na praia do Embaré, em Santos, SP — Foto: José Claudio Pimentel/G1
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Por: G1
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