De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em 2000, Ricardo tentou matar seis pessoas em uma choperia em Praia Grande. Na época, ele tinha 24 anos e teria se desentendido com um grupo composto por seis pessoas. Ele atirou contra elas junto com outro homem armado. Dois se feriram na tentativa de homicídio.
Os disparos foram feitos na Avenida Ayrton Senna da Silva, no bairro Xixová, em frente ao shopping. Segundo o documento do TJ-SP, os dois atiradores tentaram matar as vítimas “por motivo fútil e utilizando-se de recurso que dificultou a defesa das vítimas, mediante disparos de arma de fogo”.
Em março de 2019, o caso foi levado a júri popular, que decidiu pela condenação de Ricardo. Ele foi condenado a cumprir uma pena de 37 anos e 4 meses de reclusão, inicialmente em regime fechado. No enquanto, cerca de uma semana após a condenação, a defesa conseguiu colocar Ricardo em liberdade graças à um habeas corpus.
Porém, o advogado de defesa do acusado, Eugênio Malavasi, explicou ao g1 que Ricardo estava em liberdade quando foi detido por estuprar a ex-mulher Juliana. Com isso, ele não conseguiu cumprir as medidas cautelares relacionadas ao crime ocorrido em 2000. Ricardo teve a prisão preventiva decretada novamente e voltou a ser preso.
Por isso, mesm com a decisão da absolvição dele no caso do estupro, Ricardo não foi solto. O advogado disse que já tomando os procedimentos legais para que o cliente responda em liberdade.
O acidente ocorreu na Avenida Marechal Mallet, no Canto do Forte. Segundo testemunhas, ele estava em alta velocidade e escapou após a colisão. Na época, a ex-mulher disse que ele estava atrás dela.
“Neste dia, ele estava na rua tentando me matar”. A mulher ressaltou que o ex-marido é “muito agressivo”. “Ele é um perigo para a sociedade. Eu lamento muito, porque é o pai do meu filho’.
Vítima disse que Ricardo bateu o carro enquanto a ameaçava de morte — Foto: Reprodução
Ricardo é acusado de espancar e estuprar a ex-mulher, Juliana Rizzo, de 34 anos, enquanto ela estava desacordada por conta dos efeitos de remédios antidepressivos e calmantes. De acordo com a vítima, o ex-marido dava socos nela, era agressivo com o filho do casal e já havia a ameaçado de morte.
A vítima contou ter começado a namorar com Ricardo em 2018 e casado com ele em 2019, mesmo ano em que nasceu o filho do casal. A princípio, segundo ela, o ex-marido aparentava ser amoroso, mas passado um tempo começaram as agressões verbais.
As agressões físicas tiveram início durante a gestação, logo no terceiro mês. Ao g1, ela revelou que naquele mesmo período começaram as ameaças de morte contra ela o bebê.
“Estava grávida de três meses e no dia do meu aniversário ele me agrediu. A gente saiu para comemorar e ele achou que eu estava rindo de uma piada que os amigos dele fizeram, mas eu nem tinha escutado. Ele me espancou de um quarto para o outro porque achou que eu estava rindo de uma piada”.
Juliana divulgou um vídeo do que seria o momento do crime cometido na cama do casal em Praia Grande. No dia 1 de fevereiro, a vítima revelou ter começado a se medicar após a série de agressões sofridas, uma depressão pós-parto e, principalmente, depois da morte da mãe.
“Eu ficava dopada por conta desses remédios, passava muito mal e ele se aproveitava disso. Mantínhamos uma relação de marido e mulher, mas ele passou a gostar de me ver dopada, de me ver resistindo em um ato de estupro”, disse a vítima.
Vítima afirmar ter sido agredida pelo ex em Praia Grande por diversas vezes — Foto: Arquivo pessoal
O empresário foi preso em dia 27 de janeiro por estupro de vulnerável cometido contra a ex-mulher, no bairro Canto do Forte. Policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do município cumpriram o mandado de prisão temporária expedido contra o suspeito. A prisão posteriormente foi convertida em preventiva.
Conforme apurado pela reportagem, a defesa de Ricardo trabalhou com um argumento baseado principalmente no depoimento prestado pela médica psiquiatra do casal à Justiça. A profissional informou que os medicamentos prescritos para Juliana não alteram o nível de consciência.
A defesa do ex-marido apontou que não existiriam provas de que a vítima não poderia oferecer resistência ou que a relação sexual foi forçada. Outro ponto a favor da absolvição foi o horário em que as imagens foram gravadas. A vítima alegava que tomava os remédios à noite, mas as imagens foram registradas no período da manhã.
Mulher faz post para provar que era estuprada pelo marido — Foto: Divulgação / Redes Sociais
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