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A esposa do músico Júlio César Bugoli Lopes, integrante da banda da dupla Conrado e Aleksandro, disse ao g1 que a recuperação não está fácil, e que o marido é um milagre. O baixista teve alta em 22 de junho, após ficar mais de 40 dias internado devido o grave acidente envolvendo o ônibus da dupla, que deixou seis mortos em 7 de maio, inclusive o cantor Aleksandro.
Camila Lopes Campassi afirmou que, infelizmente, do dia para a noite a dupla acabou e os sonhos dos músicos foram por água abaixo. “Do dia para a noite ficou sem emprego, perdeu os amigos que ele amava tanto, o primo, e está em cima de uma cama se recuperando. A tristeza dele é que não vai ver mais os amigos que ele perdeu”.
Segundo Camila, nos 46 dias em que o marido ficou internado, a corrente de oração foi muito grande. “Tem pessoas que acham que ele está em estado vegetativo. Ninguém acredita que ele fala, conversa, come normal porque na realidade era para ser tudo ao contrário e ele nem se mexer”.
O estado de saúde do marido, segundo ela, era considerado grave e o médico até pediu para ela ir ao hospital se despedir.
“[Foram] dois traumatismos, cirurgia na cabeça de fora a fora, cento e poucos pontos na cabeça, fratura de clavícula, fratura do fêmur, da bacia, fraturas expostas nas pernas, enxerto, coração não estava funcionando sozinho só com muito remédio, pulmão com respiração mecânica, o rim não funcionava, [agora] está usando a cistotomia que é na barriga, ele ainda não consegue fazer xixi normal, tem que ser por uma sonda na barriga porque ele teve vários traumas na bexiga, então ninguém consegue acreditar”.
Ao chegar no hospital para visitar o marido pela primeira vez, após o grave acidente, Camila desmaiou duas vezes e não reconheceu o músico. “Cheguei lá e foi o pior momento da minha vida. Passei reto no leito e o médico falou ‘esse aqui é seu esposo’, aí eu falei que não era e fui procurar [o Júlio]”.
“Quando cheguei perto dele eu desfaleci, desmaiei, acordei com os médicos pedindo para eu ter calma. Pedi para Deus ter misericórdia de mim. Eles tentaram deixar eu me aproximar de novo do leito, desmaiei mais uma vez e fiquei na emergência”, relembrou.
Músico Júlio César e esposa Camila — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Durante as visitas, ela contou que sempre conversava com o marido e falava no ouvido dele, o que fazia os batimentos cardíacos dele subirem e despertou a curiosidade dos profissionais que o atendiam.
“Os médicos perguntavam o que eu falava no ouvido dele todo dia e eu disse: ‘oi, amor da minha vida, cheguei, estou aqui. Vou cuidar de você’. Começava orações e cantava. E eles pediram para eu perguntar para ele se tinha escutado, assim que acordasse”.
Quando Júlio saiu do coma, Camila se emocionou ao questioná-lo sobre isso. “Começou a chorar, chorava tanto e disse ‘eu ouvia você falando assim: oi, amor da minha vida, eu cheguei’“.
Com muita fé na recuperação do marido, Camila explicou que a rotina dela era ir para o hospital e, de lá, para o hotel, onde permaneceu durante todo o período em que o Júlio esteve internado. “Foi muito triste ver tudo o que vi. Essa rotina diária foi bem difícil, não foi fácil em nenhum momento. Ele ficou muito confuso, às vezes não falava nada com nada, queria que tirasse os equipamentos dele, não se conformava em ver o tanto de ferro no corpo dele, foi muito desgastante”.
Para ela, um dos momentos mais tristes foi quando precisou contar sobre a morte dos amigos, ainda no hospital. “Ele estava para receber alta da UTI. Não podia sair do hospital sem saber de tudo por causa dos batimentos cardíacos”.
Com a presença de uma equipe de profissionais do hospital, Camila falou para o marido que precisava falar com ele sobre o acidente. “Ele ficou olhando fixo no meu olho. Disse que sabia que o Alan [tecladista] tinha morrido […] Falei que não foi só ele [que morreu], mas ele virou o rosto, começou a chorar e disse que não queria me ouvir”.
As psicólogas do hospital precisaram auxiliar, mas ele novamente virou o rosto, continuou chorando e disse que não queria que falassem. “Eu falei que não foi só o Alan [tecladista], falei que foi o Panda [baterista], aí ele chorava, pedia para parar. Ai falei que foi o guitarrista, ele chorava, o batimento foi a 149. Falei que o Aleksandro morreu e ele não acreditou, chorava alto. Aí depois que contei de todos que morreram, falei do primo dele [músico Gabriel, de 22 anos], ele gritava”.
Ela conta que algumas pessoas ficam emocionadas ao visitar Júlio e ver como ele está. “Tem pessoas que se ajoelham, que ficam tão emocionadas que a gente precisa pedir calma. Estar diante dele é um milagre, é a mesma coisa de estar perto de Deus. O padre que veio aqui dar comunhão se emocionou muito, falou que era um prazer para ele estar perto de Deus”.
Vítimas do grave acidente com o ônibus da dupla sertaneja Conrado e Aleksandro em rodovia no interior de SP — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O acidente aconteceu no dia 7 de maio, por volta das 10h30, no km 402,2 da pista, no sentido São Paulo (SP). O ônibus vinha de Tijucas do Sul (PR) e tinha como destino a cidade de São Pedro (SP). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) alega que 19 pessoas estavam listadas entre os passageiros. Seis pessoas, inclusive o cantor Aleksandro, morreram no acidente.
No total, 13 testemunhas prestaram depoimento à Polícia Civil sobre o acidente. Entre elas, o homem que filmou o ônibus da dupla momentos antes do acidente, que prefere não se identificar.
O que se sabe sobre o acidente que matou o sertanejo Aleksandro e outras cinco pessoas
A Polícia Civil analisa imagens do ônibus da dupla sertaneja, quilômetros antes do local onde tombou, na altura de Miracatu. Os conteúdos foram cedidos pela Arteris, concessionária que administra o trecho. Os registros são utilizados na investigação sobre o que teria causado o acidente. Aproximadamente 50 quilômetros da rodovia foram captados por câmeras de segurança e enviados juntos com dados da velocidade do veículo.
Em 3 de junho, o laudo pericial do Instituto de Criminalística (IC) revelou que dois pneus do ônibus da dupla sertaneja apresentaram sinais de explosão. Os danos, segundo o documento, “sugerem a ocorrência de impacto do pneu contra algum tipo de obstáculo na via”, como “buraco, pedra, objeto grande”.
Acidente com ônibus da dupla Conrado & Aleksandro no interior de SP causa mortes — Foto: Arte/g1
Em 7 de junho, o cantor Conrado e o baixista Júlio César Bugoli Lopes receberam alta da Unidade de Terapia (UTI), um mês após o acidente, e permaneceram internados no Hospital Regional de Registro.
A Polícia Civil escutou Conrado e Júlio em 21 de junho, enquanto ambos ainda permaneciam internados em Registro, e sem condições de locomoção. No dia seguinte, porém, a dupla recebeu alta.
De acordo com o delegado Carlos Eduardo Vieira Ceroni, que está à frente das investigações sobre o caso e conversou com Conrado e Júlio, nenhum dos integrantes da banda acrescentou depoimentos relevantes para as investigações, pois afirmaram que estavam dormindo no momento do acidente.
“Eles falaram, em resumo, o mesmo que os demais que foram ouvidos. A gente vai ter que aguardar a chegada dos laudos pra que possamos finalizar e fazer o relatório final do inquérito policial”, acrescentou o delegado.
Por: G1
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Diego Soares
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