Amigos do estudante de medicina e policial civil Maurício Alves Vassão, de 31 anos, que foi morto dentro de um bar em São Vicente, no litoral de São Paulo, afirmaram ao g1 que ele lidava com os avanços da esclerose múltipla há três anos. Mesmo com as dificuldades da doença, a vítima trabalhava como papiloscopista para pagar as mensalidades da universidade.
Vassão trabalhava de madrugada como papiloscopista no 1º Distrito Policial de Santos, e ia direto do serviço para as aulas na Universidade São Judas Tadeu (USJT), no Campus Cubatão (SP).
“Ele tinha um coração gigantesco”, afirmou Mateus Costa, de 21 anos, um dos amigos mais próximos de Maurício. A dupla compartilhava a rotina do estágio e estudavam na mesma turma da faculdade. Apesar da correria, segundo Mateus, ele era um dos mais esforçados da turma.
As mensalidades da graduação de medicina integral da instituição podem chegar a mais de R$ 10 mil, conforme o site da universidade. Segundo os colegas de Maurício, o trabalho como policial era justamente para ajudar a família a pagar o curso.
Definido como reservado pelos colegas de classe, Maurício lutava contra a esclerose múltipla há três anos. Ele descobriu o diagnóstico quando já cursava a graduação e fazia questão de que todos os companheiros de classe soubessem dessa condição, que fez com que ele perdesse parte da sensibilidade das mãos.
“Mesmo assim ele continuou o curso e também fazia o tratamento”, disse Mateus. Ele afirma que o amigo brincava que não daria mais para seguir o ramo da cirurgia, porém, a medicina clínica estava garantida. “Ele nunca desistiu”, afirma.
De acordo com o Ministério da Saúde, a esclerose múltipla é uma doença que acomete o sistema nervoso central e é autoimune. Ela é caracterizada pelo desgaste das células nervosas, responsáveis por transportar os impulsos elétricos que controlam as funções do organismo. Com isso, o paciente que tem o diagnóstico está suscetível a ter alteração na visão, no equilíbrio e na musculatura.
Toda a faculdade de medicina sentiu o peso da morte do estudante e policial civil Maurício Alves Vassão, de 31 anos. — Foto: Reprodução/ Instagram/ C.A.E.S.A.A
Mateus explica que toda a faculdade de medicina sentiu o peso da morte de Maurício. “Ele trazia muita alegria, era uma pessoa muito divertida. Eu tive a sorte de falar milhares de vezes o quanto ele era importante”, disse.
No dia da morte do estudante e policial civil, o Centro Acadêmico de Medicina (C.A.E.S.A.A) publicou uma nota de pesar e uma breve homenagem em palavras à Maurício. No último sábado (28), coroas de flores representando a classe T2, turma em que Vassão estudava, e o C.A.E.S.A.A foram enviadas ao velório, que foi realizado no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos.
Homem é preso por participar da execução de policial em bar em São Vicente (SP) — Foto: Reprodução/TV Tribuna e Reprodução/Redes Sociais
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