Homem mata duas pessoas à queima roupa em restaurante e tenta fugir em Praia Grande, SP
A filha do idoso que foi morto a tiros por um homem que invadiu um restaurante de comida japonesa em Praia Grande, no litoral de São Paulo, disse que o pai estava “no lugar errado, na hora errada”. Walter Ramos Filho tinha 67 anos.
Além do idoso, o paratleta tricampeão mundial de jiu-jitsu Thaynã Higor, de 25 anos, também foi morto a tiros em frente ao estabelecimento, na noite desta quarta-feira (12). Uma câmera de segurança registrou toda a ação. Veja no vídeo acima.
O atirador foi preso momentos depois em uma pizzaria, onde fez reféns. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da TV Globo, Fernanda Ramos contou que o pai dela morava sozinho no litoral paulista. “Eu e minha irmã moramos em São Paulo. Ele tem um escritório lá, mas morava aqui [Praia Grande]. Meu pai estava sozinho jantando”, conta ela.
Fernanda disse ainda que agora é preciso resolver as questões burocráticas. “Eu espero paz. Eu sei que a resposta nesse momento seria Justiça, mas eu confesso que não estou preocupada com isso. Eu quero ter um tempo para refletir tudo isso. Nada vai trazer meu pai de volta”, disse ela.
A filha da vítima disse que nem a família e nem os amigos sabem quem é o homem que atirou contra o pai dela. “Eu acho que ele [meu pai] estava no lugar errado, na hora errada. Ou era pra acontecer, a gente nunca sabe. Mas, agora eu quero paz.”
Ela ainda falou sobre as lembranças que tem do pai. “Meu pai era uma pessoa extremamente alegre. A risada dele vai ficar marcada pra todo mundo. Ele era bem quisto por todos. A imagem que fica para gente será dele rindo”, disse Fernanda.
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Vítima de atirador que invadiu restaurante japonês, em Praia Grande, SP — Foto: Arquivo Pessoal- redes sociais
Thaynã Higor estava aguardando um transporte quando foi abordado pelo criminoso, por volta das 23h, em frente ao restaurante Katsuya, localizado na avenida Marechal Mallet. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o homem atira contra o paratleta, que morreu no local.
Depois, o atirador entrou no estabelecimento e atirou contra Walter Ramos Filho. Em seguida, o homem fugiu. Ele foi perseguido por moradores, entrou em uma pizzaria e fez reféns, mas acabou sendo preso.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Praia Grande, Walter chegou a ser atendido pelo Serviço de Atendimento de Emergência (Samu) e encaminhado em estado grave para o Hospital Municipal Irmã Dulce. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quinta-feira.
Polícia investiga motivo que levou procurado da Justiça a atirar em duas pessoas
Além de Walter, o tricampeão mundial pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ) Thaynã Higor foi morto a tiros pelo mesmo homem em frente ao restaurante, em Praia Grande. O paratleta foi a primeira vítima do atirador.
Thaynã tinha uma lesão no plexo braquial, que limitava os movimentos e a desenvoltura muscular do braço esquerdo, por conta de um erro médico durante o seu parto. A limitação, porém, foi superada pelo talento e a força de vontade do lutador, que sonhava com o crescimento da modalidade.
O atleta começou a treinar jiu-jitsu em 2010. Mesmo com a oficialização de alguns torneios para pessoas com deficiência, ele não deixou de lutar em torneios convencionais, para pessoas sem deficiência.
Os campeonatos para a categoria dele no Brasil começaram em 2014. Ele foi tricampeão brasileiro e mundial nos campeonatos organizados pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ). Em 2018, ele sagrou-se bicampeão do Abu Dhabi World Festival Para Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Thayná conquistou o bicampeonato mundial em Abu Dhabi em abril de 2018 — Foto: Arquivo Pessoal
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