G1 Mundo

Gabinete de Javier Milei diz que manifestantes são terroristas que tentaram dar golpe de Estado

today13 de junho de 2024 8

Fundo
share close

No texto, as forças de segurança são parabenizadas “pela sua excelente ação reprimindo grupos terroristas com paus, pedras e até granadas que tentaram dar um golpe de Estado, atentando contra o funcionamento do Congresso”.

Do lado de fora do Congresso, manifestantes fizeram um ato contra a proposta de mudanças. A polícia prendeu uma pessoa e jogou gás contra os manifestantes, que responderam jogando pedras e coquetéis molotov contra os agentes. Eles também viraram um carro de uma estação de rádio e colocaram fogo no veículo.

Carro queimado perto do prédio do Congresso da Argentina, em Buenos Aires, em 24 de junho de 2024 — Foto: Luis Robayo/AFP



O Senado está dividido quase ao meio em relação ao projeto, e por isso deve haver uma maratona de debates. O texto passou pela Câmara dos Deputados no fim de abril, depois que o governo fez mudanças para agradar os legisladores (uma versão anterior, mais radical, não foi aprovada).

O governo Milei apenas uma pequena minoria nas duas Casas e, por isso, precisa negociar para atrair aliados eventuais. Os governistas sabem que o projeto será modificado, mas esperam conseguir pelo menos uma aprovação geral, pois a rejeição completa seria um golpe forte contra a Casa Rosada. 

Legisladores locais e veículos de imprensa estimaram que os senadores estão igualmente divididos. O projeto de lei precisa de 37 votos dos 72 senadores para conseguir uma maioria. 

Policiais e manifestantes do lado de fora do Senado da Argentina, em Buenos Aires, em 12 de junho de 2024 — Foto: Tomas Cuesta / AFP

“É uma votação bem equilibrada: está 36 a 36”, afirmou Guadalupe Tagliaferri, parlamentar conservadora do Juntos pela Mudança, aliado do governo. Ela acrescentou que a votação pode acabar sendo desempatada pela vice-presidente, que preside o Senado. 

O principal bloco de esquerda de oposição dos peronistas deve votar contra a chamada “Lei Bases” e um pacote fiscal separado. O principal projeto inclui planos para privatizar empresas públicas, conceder poderes especiais ao presidente e estimular investimentos. 

“Votaremos para rejeitar ambos”, disse José Mayans, da coalizão União pela Pátria, à emissora de televisão local A24. “É uma lei inconstitucional.” 

Milei, um extravagante economista e ex-comentarista que entrou em conflito com parlamentares e regularmente, chamou o Congresso de “um ninho de ratos”, vinculou muita coisa ao projeto. Seu governo diz que é a chave para desfazer uma grande crise econômica que ele herdou.

Imagem de praça na frente do prédio do Congresso da Argentina, em Buenos Aires, em 24 de junho de 2024 — Foto: Tomas Cuesta/AFP

Uma das medidas do texto é o decreto de estado de emergência pública durante um ano para que o governo tenha poderes especiais em alguns setores, como administrativo, econômico, financeiro e energético.

As propostas também incluem privatizações de empresas públicas do país. Os legisladores querem que algumas estatais, como a Aerolíneas Argentinas e a empresa de correio, não sejam vendidas.

Manifestante do lado de fora do prédio do Congresso da Argentina, em Buenos Aires, em 12 de junho de 2024 — Foto: Rodrigo Abd/AP

Segundo o jornal “La Nación”, um dos principais temas é a desregulamentação do Estado. Na negociação com o Legislativo, o governo desistiu de extinguir 15 entidades da administração pública —são entidades ligadas à indústria, agricultura, parques nacionais, geologia, pesca, hidrografia, pesquisa etc.

A gestão de Milei também quer mudar a legislação trabalhista. Por um lado, abriu mão de acabar com uma espécie de “imposto sindical” compulsório, mas manteve-se uma previsão para que empresas demitam trabalhadores por justa causa se eles participarem de protestos com bloqueios de vias ou ocupação de estabelecimentos.

Argentina passa por cortes na cultura, ciência e educação com presidente

Argentina passa por cortes na cultura, ciência e educação com presidente “anarco-capitalista”




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

Avalie

Post anterior

veja-como-e-o-direito-ao-aborto-no-mundo-e-paises-que-permitem-o-procedimento

G1 Mundo

Veja como é o direito ao aborto no mundo e países que permitem o procedimento

Em alguns países, houve mudanças recentes de regras sobre o aborto. Em 2022, a Suprema Corte dos Estados Unidos liberou os estados para decidir se permitem ou não o aborto. Países da Europa têm aprovado medidas que ampliam o direito à interrupção voluntária da gravidez. Segundo artigo publicado no think thank americano Council for Foreign Relations, a maior parte dos países do mundo permite o aborto sob alguma circunstância. Ao […]

today13 de junho de 2024 5

Publicar comentários (0)

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado. Os campos obrigatórios estão marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.


0%