Segundo o Instituto Bioventura, responsável pelo vídeo, o pequeno gato selvagem vive na Mata Atlântica perto de florestas nativas. A espécie tem o status vulnerável de extinção, principalmente devido à fragmentação de habitat, por ser alvo de caça e por causa de doenças transmitidas por animais domésticos.
O registro do Projeto Felinos da Jureia-Itatins mobilizou 10 pesquisadores. Eles posicionaram uma “câmera trap” – armadilha fotográfica – na unidade de conservação para gravar aparições de animais entre 11 de fevereiro e 27 de junho, uma técnica chamada ‘campanha’.
No final do mês passado, ao analisarem as imagens, viram que o gato-do-mato-do-sul havia sido filmado na tarde de 24 de março.
“Como é uma área selvagem, sem pessoas, eles [animais] passam pela câmera e seguem seu caminho pela mata”, explicou Lu Ventura, bióloga, veterinária e presidente do Instituto Bioventura.
Ao g1, o biólogo Andreth Oliveira disse que o melanismo é uma condição genética que pode ocorrer esporadicamente em alguns animais, desenvolvendo um padrão de pelagem totalmente preto.
Ele é considerado raro independentemente da espécie, pois depende de uma mutação no gene responsável pela produção de melanina.
Gato-do-mato-do-sul sem melanismo — Foto: Instituto Bioventura
“Apesar de ser raro serem avistados, é relativamente comum existirem animais melânicos quando esse fator é vantajoso para a espécie. Acontece com várias espécies de felinos que caçam à noite”, afirmou.
Além do fato de ter hábito noturno, o gato-do-mato-do-sul raramente é capturado em câmeras pelo fato de ser arisco.
Gato-do-mato-do-sul melânico em unidade de conservação em Iguape (SP) — Foto: Instituto Bioventura
Segundo Lu Ventura, a Mata Atlântica é muito fragmentada. No litoral sul paulista, porém, está o maior território preservado contínuo do bioma no mundo.
O ‘corredor’ que se forma facilita a passagem dos animais. Mas, apesar disso, a região tem poucos inventários de fauna porque as áreas são remotas, montanhosas, alagadas e de difícil acesso. A fragmentação, a caça e o adensamento populacional ameaçam a existência de muitos felinos.
“Quando predadores são extintos de um ecossistema, ocorre um evento em cascata, mudando a dinâmica de presas e predadores, afetando todos os outros animais, plantas e mudando o meio ambiente todo”, afirmou.
O raro registro do Leopardus guttulus ajudará os pesquisadores a compreenderem a distribuição geográfica do melanismo na espécie.
Projeto Felinos da Jureia-Itatins
O Instituto Bioventura monitora a região da Mata Atlântica da Jureia-Itatins em Peruibe e Iguape, no litoral sul de São Paulo.
O projeto Felinos da Jureia-Itatins trabalha com armadilhas fotográficas que flagram a passagem de animais em áreas de mata isolada, inclusive as que ficam acima de 400 metros de altitude. Além disso, é realizada a coleta de fezes das espécies.
O objetivo do projeto é fazer o levantamento e monitoramento dos mamíferos de médio e grande porte.
Sobre a Estação Ecológica Jureia-Itatins
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De acordo com o Guia de Áreas Protegidas, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, a área de 84.425 hectares da EEc Jureia-Itatins é gerida pela Fundação Florestal. Sua extensão abrange as cidades de Peruíbe, Iguape, Itariri e Miracatu.
Esse é um dos trechos mais bem protegidos e preservados de Mata Atlântica do Brasil, com flora e fauna diversificadas e um grande número de espécies raras, além de várias endêmicas regionalmente.
O território da Unidade de Conservação é banhado por rios formados nas serras e morros da estação, que dominam grande parte da planície costeira. As principais bacias formadas são a do Rio Verde, do Una do Prelado e do Guaraú.
Ainda segundo o Guia, a EEJI é um dos últimos locais de São Paulo que abriga praias arenosas, costões rochosos, manguezais, matas de restinga e florestas de baixada, de encosta e de altitude.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
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