A Colômbia, governada pelo presidente Gustavo Petro, de esquerda, concedeu, nesta quinta-feira (24), a nacionalidade ao escritor Sergio Ramírez, um dos mais de 300 opositores nicaraguenses que foram destituídos de sua cidadania pelo regime de Daniel Ortega.
O ato aconteceu na embaixada da Colômbia em Madri, onde Ramírez reside desde 2021, e foi presidido pelo ministro das Relações Exteriores, Álvaro Leyva Durán.
O governo de Daniel Ortega retirou a nacionalidade em fevereiro de Ramírez ao declará-lo “traidor da pátria”. Além disso, ele e os outros que perderam cidadania ficaram inabilitados a ocupar cargos públicos.
Dias depois, a Colômbia ofereceu a nacionalidade a Ramírez, que ganhou o Prêmio Cervantes em 2017. “Sergio Ramírez e Gertrudis Guerrero (sua mulher) são atores importantes na expressão da cultura latino-americana e uma amostra da luta pela liberdade e democracia no continente”, disse a chancelaria da Colômbia em seu site.
Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, em discurso exibido na televisão no dia 9 de fevereiro de 2023 — Foto: CANAL 6 NICARAGUA / AFP
Escritor já foi sandinista
Exilado na Espanha, Ramírez afastou-se em 1995 da Frente Sandinista, o movimento político liderado por Ortega, para formar um movimento dissidente com outros intelectuais e personalidades ex-sandinistas.
O movimento sandinista nasceu da luta contra a ditadura que governou a Nicarágua entre 1937 e 1989. Houve uma revolução no país, e os sandinistas chegaram ao poder e, inicialmente, implementaram o regime democrático. No entanto, nos anos mais recentes, Ortega tem transformado o governo dele em um regime autoritário.
Ramírez lutou contra a ditadura ao lado de Ortega, mas o atual presidente atacou o escritor e outros críticos, especialmente depois dos protestos de 2018 contra o seu governo.
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Por: G1
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