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O vitiligo é caracterizado pela perda da coloração da pele, com diminuição ou falta de melanina [pigmento]. Segundo o dermatologista Paulo Luzio, que é especialista na doença, a condição do homem está associada ao emocional dele.
A condição, no entanto, nem sempre é psicossomática — quando o psicológico afeta o corpo e permite um trabalho para a reversão. As outras circunstâncias em que o vitiligo pode surgir são:
O homem, que não terá a identidade revelada, explicou ao g1 que as manchas começaram a surgir em 2007, quando tinha sete anos de casado com a ex-esposa, com quem teve dois filhos, de 18 e 22 anos.
“Foi muito difícil. As pessoas ficam prestando atenção no seu rosto e, para mim, era meio desagradável. Mas, é a desinformação. Elas não sabem o que é, pensam que é transmissível, acham que coça, dói e arde. Não tem nada disso”, explicou.
Homem teve 98% do corpo com vitiligo — Foto: Arquivo pessoal
O industriário demorou dois anos para encontrar o médico que o ajudaria. Em 2009, ele fez uma consulta com o especialista Paulo e descobriu que o vitiligo poderia estar associado a uma questão psicológica.
Na ocasião, o homem contou ter feito uma análise da própria vida e identificado que a ex-companheira o causava ansiedade, nervosismo e agonia. De acordo com ele, a mulher era ciumenta e desconfiada.
“O casamento tinha, hoje eu sei, traços de toxicidade”, afirmou. Ele acrescentou ainda que passou a perceber que as manchas pioravam quando ele se desentendia com a ex-esposa.
Ao detectar o problema, ele recuperou o pigmento da pele — Foto: Arquivo pessoal
Apesar de já ter o gatilho identificado, o homem explicou que o divórcio não era uma decisão fácil, principalmente, por conta dos filhos. Ele continuou com a ex-esposa por anos. Mas, em 2022, entendeu que não teria outra opção.
Um mês após o fim do casamento, de acordo com o dermatologista, quase todas as manchas do paciente sumiram. O homem, que tinha 98% do corpo com vitiligo, está com apenas 5%.
Hoje, ele passa duas medicações na pele para manter o resultado e começou a fazer acompanhamento psicológico. O homem explicou que o casamento era o principal gatilho. Mas, com a separação, novos sentimentos surgiram, como o afastamento dos filhos, por exemplo.
“A partir do momento que eu me libertei [os resultados apareceram], mas outros problemas eu tenho que administrar [como a questão dos filhos]. Por isso, ainda tenho manchas nas mãos e pés, que dependem [são resultados] de gatilhos menores e gerenciáveis”.
Paciente, que estava com 98% do corpo com vitiligo, ficou com 5% após terminar o relacionamento — Foto: Arquivo pessoal
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pesquisas indicam que o vitiligo alcança 1% da população mundial. No Brasil, mais de 1 milhão de pessoas convivem com a doença.
O principal sintoma associado ao vitiligo são as manchas despigmentadas na pele, mas o paciente também pode ter sensibilidade ao sol, mudanças no cabelo, mucosa e nas unhas. O diagnóstico é clínico, feito pelo dermatologista.
Através de exames, o dermatologista Paulo Luzio explicou que é possível identificar se a pele tem capacidade para recuperar a cor com medicamentos. Se a resposta for negativa, ainda há chances de reverter por meio de cirurgia.
“Quem vai estimular as células a trabalharem vai ser o tratamento clínico. A cirurgia é como se você plantasse sementinhas com células de pigmento onde não tem pelo, e elas vão proliferar, recuperando a cor”, explicou ele.
Segundo o especialista, a principal forma de recuperar a cor é a partir dos pelos dentro das manchas. Por este motivo, em algumas áreas só é possível através de intervenção cirúrgica. Sendo elas:
O dermatologista destacou cada paciente é único e, portanto, uma série de fatores precisa ser analisada para definir um tratamento . Mas, acrescentou que o acompanhamento psicológico é essencial.
A psicóloga clínica Carla Ribeiro de Oliveira explicou ao g1 que as doenças psicossomáticas são condições físicas influenciadas ou agravadas por fatores psicológicos, como estresse, ansiedade e emoções negativas.
De acordo com ela, o tratamento envolve uma abordagem multiprofissional, que atua sobre os sintomas físicos e psicológicos com especialistas de cada área.
“Curar, quando se trata de questões psicossomáticas ou psicológicas, talvez não seja a melhor palavra. Não se apaga a lembrança de um evento estressor […]. Mas o sofrimento que era gerado torna-se aos poucos menor e ganha outro sentido”.
Dermatologista tira dúvidas sobre vitiligo
Por: G1
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