Um homem, de 41 anos, é acusado de manter aproximadamente 25 gatos sujos e mal alimentados na quitinete onde mora, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Vizinhos e síndicos do prédio apontaram a situação, neste domingo (19), e afirmaram que ele foi diagnosticado com depressão. O grupo afirmou, ainda, que tenta ajudá-lo a encontrar tutores para os animais. Ao g1, o morador informou precisar de ajuda e que não gosta de ver os gatos em situações precárias.
“Minha situação está terrível, extrema, caótica. Eu preciso de ajuda, os gatos precisam de ajuda, o prédio precisa de ajuda. Está todo mundo sofrendo, é uma situação terrível”, lamentou Raphael Rodrigo Rodrigues.
Segundo os síndicos do edifício, localizado no bairro Vila Mirim, Raphael está no prédio desde 2017 e começou a “acumular gatos” há alguns meses. “Ele está passando por um momento difícil e já não paga o aluguel há 10 meses”, disse Silvia Azarias Campnha, de 53 anos. Ela e o marido, Ariovaldo Campnha, de 69, são responsáveis pela gestão do prédio.
De acordo com os dois, a situação começou a incomodar os vizinhos em abril de 2022, por conta do barulho dos gatos e do próprio cheiro da quitinete. Os moradores afirmam que, desde então, passaram a tentar ajudar o homem a conseguir um “destino melhor” para os animais, uma vez que, segundo eles, o tutor “não dá conta” de alimentá-los e manter os cuidados necessários em dia.
Ao g1, Raphael contou sofrer de depressão há décadas, mas que a doença agravou depois da pandemia. Antes ele tinha cerca de cinco gatos. Hoje, mantém mais de 25.
“Não conseguia ver o bicho sofrendo na rua e tinha que resgatar, mas, hoje em dia, não consigo mais fazer isso. Se eu levar ele para casa ele vai sofrer do mesmo jeito. Minha ideia era resgatá-los, tratá-los e levar para a adoção. Mas, a depressão não me deixou fazer nada”, desabafa.
Ao menos 25 gatos vivem na quitinete junto ao Raphael — Foto: Silvia Azarias Campnha
Formado em programação de software, Raphael não atua mais na área devido a problemas externos, em que a depressão se destaca. “Estou fazendo bico. Trabalho todos os dias, mas não tenho mais trabalho fixo. Faço o que der para fazer para não ver os gatos passando fome, mas preciso de ajuda, principalmente com os gatos.”
Apesar das tentativas dos condôminos em ajudar, os síndicos revelaram não terem conseguido, ainda, encontrar tutores para os gatos, nem Organizações Não Governamentais (ONGs) que pudessem ficar com os animais. As tentativas, segundo eles, incluíram ofícios para a Secretaria de Saúde, Centro de Saúde Ambiental e Ouvidoria de Praia Grande, além da Polícia Civil e Promotoria de Justiça.
O g1 obteve imagens da quitinete. Nos registros, é possível observar que o local está sujo e quase não tem espaço livre para os animais, que ficam “amontoados”. Os potes de ração e água podem ser vistos vazios e os gatos magros, alguns feridos ou cegos.
Os síndicos do prédio disseram, por fim, que buscam ajudar o morador com a questão dos gatos para que, assim, ele consiga melhorar sua saúde e voltar a cuidar do espaço onde mora. Caso isso não aconteça, ainda de acordo com eles, o homem pode ser despejado da quitinete por não pagar aluguel há quase um ano.
VÍDEOS: as notícias mais vistas do g1
Todos os créditos desta notícia pertecem a
G1 Santos.
Por: G1
Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.
G1
Publicar comentários (0)