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Homem que tentou estuprar meninas tinha ‘ar de deboche’ ao ser levado para delegacia, diz mãe

today1 de julho de 2024 3

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Conforme registrado em Boletim de Ocorrência (BO), Eduardo levou as meninas até um banheiro na casa dele e ordenou que a mais nova ficasse nua. Ambas tentaram fugir e, revoltado, ele esfaqueou o braço direito da mais velha, ainda segundo o BO. As meninas foram resgatadas e passam bem.

Ao g1, Francoazi Kepka, a mãe da menina esfaqueada, contou ter ficado do lado de fora da delegacia, enquanto a filha prestava depoimento acompanhada do pai. Neste momento, de acordo com a mulher, Eduardo chegou no local para dar a versão dele sobre os fatos.

Francoazi disse ter questionado Eduardo sobre os motivos que o levaram a cometer os crimes. A mulher ressaltou, porém, que o encontro com o suspeito foi “horrível”.



“Olhei no olho dele com uma revolta e ‘fui para cima’ […]. Ele não chegou a rir, mas estava com ar de riso no rosto. Olhou no meu olho por alguns segundos, virou o rosto e entrou. O ar era de deboche“, afirmou Francoazi.

A mulher acrescentou que, no momento, gritou para o homem dizendo que as vítimas eram apenas crianças. Eduardo, ainda de acordo com ela, não disse nada, e apenas seguiu com os policiais para a delegacia.

O g1 tentou contato com a defesa de Eduardo, mas não a localizou até a última atualização desta reportagem.

Francoazi contou que as duas filhas e a esposa de Eduardo também estiveram na delegacia. Elas a abraçaram e pediram perdão pelo ocorrido. Ainda segundo a mulher, todas choravam muito.

“Ela [esposa de Eduardo] me abraçou, pediu perdão e falou que estava envergonhada. Eu falei para ela ficar em paz porque o culpado era ele, não ela”, afirmou a mãe da menina esfaqueada.

Eduardo Pereira Neves, de 48 anos, foi preso após esfaquear criança em Guarujá (SP). — Foto: Divulgação

Ao g1, a mãe da menina esfaqueada explicou que a filha e a amiga, de nove anos, têm o costume de brincar e frequentar a igreja, que fica no final da rua onde moram, na Vila Zilda. Ela acrescentou que a esposa de Eduardo, inclusive, organiza atividades religiosas para as crianças da comunidade.

“Elas estavam em casa, saindo para ir para a igreja, como sempre fazem. Ele as chamou para ‘pegar bala’. Como ele é ‘avô de criação’ da amiguinha, frequenta a igreja que elas frequentam, não viram problema nenhum e foram até lá”, desabafou a mãe.

Francoazi confirmou que já sabia que Eduardo fora detido no passado, mas não havia sido informada sobre o motivo e também não tinha contato frequente com ele. Segundo ela, a filha frequentou a casa do homem poucas vezes e, em todas as ocasiões, a esposa dele estava no local.

“Tão pertinho de casa. O meu sentimento é de revolta. Só que, ao mesmo tempo, de gratidão por não ter acontecido uma coisa mais grave”, afirmou ela.

De acordo com Francoazi, a filha foi atingida com golpes de faca no braço direto e, assim como a amiga, levou um soco no rosto. Apesar do trauma e dos ferimentos, a mulher afirmou que as duas estão bem e terão acompanhamento psicológico.

A mãe acrescentou que a menina conta a história com orgulho de ter conseguido salvar a amiga.

“Ela falou que bateu nele e que elas gritaram […]. Uma salvou a outra porque, se não fosse a [mais nova] fugir, ou ela estar ali, a gente pensa o que poderia ter acontecido. Mas, uma encorajou a outra”, disse.

Homem é preso por esfaquear e tentar estuprar duas crianças em Guarujá (SP)

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Os crimes aconteceram no bairro Vila Zilda. Em depoimento aos policiais, a criança de 11 anos afirmou que estava em casa com uma amiga, de nove, quando Eduardo apareceu e as chamou para “pegar bala” na residência dele.

Segundo o BO, as duas meninas foram até a casa de Eduardo, que deu balas para elas, mas em seguida as “puxou” para o banheiro. Conforme registrado no documento, o homem aplicou um golpe de estrangulamento nas duas ao mesmo tempo, uma em cada braço, e depois pegou uma faca.

Ainda de acordo com o BO, Eduardo ordenou para que a menina mais nova, neta da esposa dele, tirasse as roupas. A criança, porém, disse que não e começou a chorar. O suspeito tentou levantar a blusa dela e foi impedido pela menina de 11 anos.

Conforme relatado pelas vítimas às autoridades, Eduardo teria ainda tirado do bolso quatro frascos “com pó branco” que foram jogados na pia. Ele teria socado as vítimas na sequência, no momento em que a mais nova conseguiu sair correndo da casa e pedir socorro.

Segundo o relato da menina de 11 anos, o suspeito usou a faca para atacá-la. Neste momento, de acordo com ela, um vizinho que ouviu os gritos de socorro apareceu no local e encontrou a amiga, de nove anos, na rua.

O vizinho, de 37 anos, chegou a segurar Eduardo pela camisa, mas não conseguiu evitar que a menina, de 11, fosse esfaqueada no braço.

Eduardo Pereira Neves, de 48 anos, foi preso após esfaquear criança em Guarujá (SP). — Foto: Reprodução/TV Tribuna e Divulgação/Polícia Civil

Segundo o BO, uma equipe da Polícia Miliar foi acionada para a ocorrência e encontrou moradores na frente da casa de Eduardo. O grupo xingava o suspeito, que estava no piso superior da residência. Desta forma, familiares de Eduardo deram a chave do imóvel aos agentes, que entraram no local.

Conforme registrado pela PM, os policiais encontraram “muito sangue e objetos destruídos” na residência. O fogão estava aceso e, segundo o BO, seria usado para bloquear o acesso à casa, enquanto Eduardo estava trancado em um quarto com uma faca na mão.

O suspeito largou o objeto e abriu a porta do cômodo após uma conversa com os policiais. Questionado, ele disse que foi linchado pela população, mas negou ter praticado o estupro, dizendo que era casado.

Eduardo foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para ser avaliado e, em seguida, conduzido ao Distrito Policial Sede de Guarujá, onde foi preso em flagrante.

De acordo com o BO, a vítima de 9 anos não compareceu na delegacia. A faca foi apreendida e o caso foi registrado como tentativa de estupro contra vulnerável e tentativa de homicídio.

Delegado explica prisão de homem suspeito de tentar estuprar e esfaquear crianças

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Em setembro de 2010, Eduardo invadiu uma igreja evangélica em Limeira (SP), estuprou uma missionária, de 48 anos, e a ameaçou de morte caso o denunciasse. Ele estava acompanhado de outro homem, que deu cobertura para o crime. A dupla fugiu com R$ 500, dois celulares e um relógio.

Dois dias após o crime, Eduardo voltou para se vingar da vítima, que havia registrado um BO. Ele entrou no templo com um facão, mas fugiu ao ser surpreendido por um vigia. No entanto, acabou sendo perseguido por fiéis e vizinhos da igreja, que tentaram linchá-lo. Durante a ação, ele teve a mão esquerda decepada. Ele foi detido em sequência.

“Ficou quase dez anos preso, de 2010 até 2020. Agora novamente cometeu esse delito”, afirmou o delegado de Guarujá, Wagner Camargo.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Santos.

Por: G1

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