“Deixe-me dizer isso da forma mais clara possível: eu sou o Presidente em exercício dos Estados Unidos, eu sou o candidato do Partido Democrata e eu vou continuar na disputa”, disse Biden em discurso.
Biden também mencionou o debate durante seu discurso em Wisconsin: “Não vou deixar um debate de 90 minutos apagar três anos e meio de trabalho. Vou continuar na disputa e vou vencer Donald Trump“, disse o presidente.
Biden falava em voz mais firme. Em um ato falho, ele disse que enfrentaria Trump em 2020, mas logo se corrigiu, dizendo “em 2024”.
Ao mesmo tempo, um senador democrata busca formar um grupo na Casa legislativa para pedir que Biden retire sua candidatura. (Leia mais abaixo)
Enquanto Biden se misturava e tirava selfies com os convidados, alguém gritou para que ele não desistisse. “Não vou a lugar nenhum”, respondeu Biden.
Segundo a Associated Press, a entrevista com George Stephanopoulos, da rede “ABC”, gravada após um comício em Madison, Wisconsin, deve ser intensa e desafiadora para Biden. Duas pessoas familiarizadas com os esforços do presidente disseram que ele vinha se preparando agressivamente. Elas falaram sob condição de anonimato para discutir o planejamento interno.
Havia um consenso geral de que Biden não pode se permitir ter outro “dia ruim”, como ele descreveu seu fracasso no debate. Não estava claro se até mesmo uma performance mediana seria suficiente para dissipar as preocupações sobre sua capacidade de governar.
A própria Casa Branca estava aumentando as expectativas para a entrevista de Biden, com a secretária de imprensa Karine Jean-Pierre dizendo que “milhões de americanos” são esperados para assistir.
Enquanto a angústia privada entre legisladores democratas, doadores e estrategistas é profunda após a performance prejudicial de Biden no debate, a maioria no partido tem se mantido em silêncio público enquanto aguardam para ver se o presidente pode restaurar alguma confiança com sua agenda de viagens no fim de semana e sua condução da entrevista com Stephanopoulos. A entrevista será exibida na íntegra na ABC na noite de sexta-feira.
Biden enfrenta uma nova realidade desde o debate da semana passada — mesmo que ele não vacile verbal ou fisicamente, é provável que persistam sérias preocupações sobre sua viabilidade como candidato. A pressão pela desistência se renova a cada tropeço nas palavras ou possível confusão que ele fizer em suas próximas declarações públicas ou entrevistas.
O jornal americano “Washington Post” revelou nesta sexta que o senador democrata Mark Warner está tentando reunir um grupo de senadores do partido para pedir a Joe Biden que saia da corrida presidencial. As fontes do jornal são duas pessoas não identificadas com conhecimento da articulação de Warner.
Warner, que é o presidente do Comitê de Inteligência do Senado, estaria entrando em contato com outros senadores democratas sobre uma possível reunião na próxima segunda-feira (8) para discutir a campanha de Biden, disse à Reuters uma fonte familiarizada com o tema.
Warner ainda não comentou publicamente sobre o desempenho de Biden no debate contra Trump e até o momento nenhum senador democrata em exercício pediu publicamente para que Biden desistisse.
Um porta-voz de Warner citado no “Washington Post” não confirmou nem negou as tentativas do senador. “Como muitas outras pessoas em Washington e em todo o país, o senador Warner acredita que estes são dias críticos para a campanha do presidente, e ele deixou isso claro para a Casa Branca”, disse o porta-voz de seu gabinete, citado pelo jornal.
A herdeira da Disney, Abigail Disney, anunciou na quinta (4) que vai cortar as doações ao Partido Democrata até que o presidente desista da disputa. Já entre os democratas, cresce o apoio em torno da ideia de que a vice-presidente Kamala Harris assuma o lugar de Biden na eleição de novembro.
Dezenas de deputados democratas estão preparados para pedir a Biden que se afaste se ele não tiver uma boa performance na entrevista à ABC, disse uma fonte à Reuters. Inclusive, os democratas veem a conquista do controle da Câmara em novembro como algo crítico.
As pesquisas de opinião mostraram um leve revés para Biden após o debate da semana passada em Atlanta. Ainda assim, um novo levantamento Reuters/Ipsos apontou Biden empatado com Trump, um sinal de que a disputa continua acirrada.
Trump e Biden tiveram, cada um, 40% de apoio entre os eleitores registrados na pesquisa de dois dias concluída na terça-feira (2). Levantamento anterior da Reuters/Ipsos, realizada em 11 e 12 de junho, mostrou Trump com uma vantagem marginal de 2 pontos percentuais: 41% a 39%.
Em uma entrevista com Earl Ingram, do programa de rádio “The Earl Ingram Show”, na quarta-feira (3), Biden disse que continuará lutando.
“Eu fiz besteira, cometi um erro. Foram 90 minutos no palco. Veja o que eu fiz nos últimos três anos e meio”, disse ele.
Biden se reuniu com um grupo de governadores democratas na quarta-feira na Casa Branca para defender sua permanência na disputa. Alguns disseram aos repórteres que estão ao lado do presidente.
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