Internado, homem atropelado por ex-mulher de prefeito no litoral de SP diz que condutora ‘sumiu’ após acidente; VÍDEO

O caso ocorreu no dia 9 de dezembro, em Bertioga. Caio foi atropelado na calçada por um carro conduzido por Vanessa Matheus, ex-mulher do prefeito Caio Matheus (PSDB). Ele teve fraturas expostas nas pernas e diversos ferimentos pelo corpo. De acordo com a PM, Vanessa seguiu alguns metros com o carro, antes de deixá-lo, e não prestou socorro à vítima (veja imagens abaixo).

Silva foi encaminhado ao Hospital Municipal de Bertioga e, após atendimento médico, foi transferido para o Hospital Santo Amaro. Internado há 17 dias, ele conta que trabalhava como zelador de um prédio e fazia curso técnico de enfermagem. Por conta do acidente, ele está afastado do emprego e interrompeu o curso.

Ele aguarda a cicatrização da fratura sofrida no pé. Somente após isso, passará por outra cirurgia para retirar o fixador que precisou colocar na perna, após ter fratura exposta. “O meu pé foi mais danificado que a perna. Por isso, preciso de mais tempo para melhorar. E, nesse tempo, eu sigo aqui sem poder trabalhar e ganhar o meu sustento”, explicou.

Após o acidente, ele diz que Vanessa Matheus não entrou em contato. “Ela sumiu e não me deu nenhuma assistência até hoje. Os dias estão passando e até onde eu sei ela não entrou em contato com ninguém da minha família. Eu nunca falei com esta pessoa na minha vida”, contou ele.

O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Bertioga, mas até a última atualização dessa reportagem, não obteve retorno.

Após o atropelamento, segundo o boletim de ocorrência, Vanessa seguiu por mais três quadras e perdeu o controle do carro, batendo no muro de um condomínio. A PM informou, ainda, que ela deixou o local antes da chegada das autoridades.

O veículo foi recolhido pela polícia e levado ao Pátio do Distrito Policial de Bertioga, permanecendo apreendido pelo delegado de plantão. O caso foi registrado como lesão corporal culposa [crime praticado sem intenção] na condução de veículo.

“Essa modalidade culposa é quando a pessoa não tem intenção e entendemos que ela poderia ser enquadrada na modalidade dolosa, quando a pessoa assume o risco, quando ela age com imprudência”.

O advogado também questionou o fato de não constar no registro a omissão de socorro. “E não houve, pelo menos não inicialmente, a identificação do condutor, mesmo com inúmeras testemunhas no local confirmando se tratar dela. A delegacia tem conhecimento disso, mas no registro inicial não foi o nome dela”.

Na época do acidente, a prefeitura informou que Vanessa, que é presidente do Fundo Social de Solidariedade do município, voltava para casa com a filha quando “perdeu o controle do veículo em um trecho de curva fechada na Avenida João Ramalho, no Maitinga”.

A prefeitura continuou dizendo que, na tentativa de desviar de ciclistas, a condutora subiu na calçada e, não conseguindo parar o veículo, atingindo então a vítima. “No momento do ocorrido, a condutora bastante abalada foi afastada do local do acidente por amigos que, a pedido dela, prestaram socorro à vítima”, informou a prefeitura, em nota.

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