O juiz Alexandre Torres de Aguiar da 1ª Vara Criminal que deu a sentença do caso apontou que existem indícios suficientes de que Freitas seja o autor do crime de homicídio qualificado.
De acordo com o documento, ao ser interrogado em juízo, o acusado negou o crime descrito na denúncia e disse que não trabalhou como policial militar na data dos fatos, pois era folga dele.
Além disso, o acusado declarou que não conhecia a vítima antes dos fatos serem veiculados e alegou desconhecer o autor do crime, bem como o motivo pelo qual foi apontado como tal.
Na sentença, o juiz apontou que uma testemunha protegida reconheceu o acusado, em juízo, em um mercado onde ele teria cumprimentado a vítima. Diante dessas informações, o magistrado decidiu que o réu será julgado pelo Tribunal do Júri.
Até a data do julgamento, Anderson permanecerá detido preventivamente no Presídio Militar Romão Gomes, na capital paulista.
Em entrevista à TV Tribuna, o assistente de acusação Eugênio Malavasi afirmou que nessa primeira fase ainda não há condenação, pois o juiz analisou dois fundamentos: indícios de autoria e a prova de materialidade eletiva.
“Nessa decisão de pronúncia, que é o encaminhamento do acusado ao Tribunal do Júri, o juiz analisou esses dois fundamentos, ou seja, ele disse que há prova concreta da materialidade eletiva através do laudo necroscópico da vítima”.
Além disso, Malavasi ressaltou que o juiz concluiu que há indícios de autoria baseado na prova pericial, ou seja, no confronto balístico da arma do acusado. Segundo ele, ainda não há uma data para que o julgamento ocorra, pois a defesa ainda pode opor-se à decisão da pronúncia.
O g1 entrou em contato com a defesa do réu e a Polícia Militar, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Mais de dez anos após morte de MC Primo, perícia aponta que projétil foi disparado de pistola que pertencia a Polícia Militar de SP — Foto: Reprodução
Jadielson da Silva Almeida, o MC Primo, foi abordado por criminosos em uma motocicleta e um carro branco quando chegava em casa, no bairro Jóquei Clube, em São Vicente. Antes de um homem encapuzado, segundo a investigação, ter efetuado os 11 disparos contra a vítima, ela pediu para que a mulher e os dois filhos entrassem rapidamente em casa.
À época, o Instituto Médico Legal (IML) informou que o corpo do funkeiro tinha quatro perfurações no tórax, duas na coxa direita, uma no ombro, três nas costas e um no punho esquerdo.
Dez anos após morte do MC Primo, mãe comemora pedido de prisão do autor dos 11 disparos que matou o filho — Foto: Reprodução
Em dezembro do ano passado, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) apresentou um pedido de prisão preventiva ao Tribunal de Justiça (TJSP) contra o policial militar suspeito de matar o MC Primo com 11 tiros.
Na época, a mãe do cantor, Maria Silene da Silva, contou ao g1 que soube do pedido de prisão em 1° de dezembro e revelou surpresa com a situação, pois não acionou advogado ou o MPSP. No entanto, disse ter esperança que o autor fosse preso. “Eu sofro até hoje”, disse.
“[Um] exame pericial comprovou que um dos projéteis que atingiram a vítima e que foi retirado de seu corpo foi efetuado pela arma de fogo da Polícia Militar do Estado de São Paulo […] uma pistola Taurus, calibre .40”, consta em material do MPSP.
Ainda de acordo com o documento produzido pelo Ministério Público, a “execução foi realizada por grupo criminoso armado”, mas, até o momento, “apenas um dos criminosos foi identificado, tratando-se de um policial militar”.
MC Primo (à esq) ao lado do pai, Cícero Lurdes de Almeida, e da mãe, Maria Silene Almeida — Foto: Arquivo pessoal
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