O laudo do Instituto de Criminalística (IC) concluiu que a ossada encontrada no quintal de uma casa, no bairro Balneário Britânia, em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo, é de Agata Gonzaga Peixoto Ferreira, de 17 anos. Ela estava desaparecida há mais de um ano. Segundo apurado pelo g1, o pai dela, que é o principal suspeito, segue foragido. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do homem.
Os restos mortais da vítima foram encontrados na manhã do dia 11 de novembro de 2022, na casa em que ela morava com o pai Gutenberg Peixoto Alves de Souza, 42 anos. Na época, o trabalho dos investigadores apontou que a vítima poderia ter sido enterrada no quintal. A polícia mobilizou uma retroescavadeira ao terreno e desenterrou a ossada.
“Por tratar de ossada não conseguimos identificar nada relacionado [a violência sexual] e nem a causa da morte, do que ela realmente morreu. Só na hora que [prendermos] ele mesmo”, disse Eiras.
De acordo com o laudo do IC finalizado em 5 de junho deste ano e obtido pelo g1, o perito criminal concluiu que os dados genéticos do cadáver eram compatíveis com o da mãe biológica de Agata.
Segundo ele, após ouvirem o pai de Ágata dizer que a adolescente tinha fugido com um ‘suposto’ namorado para Sorocaba, no interior paulista, eles resolveram procurar uma delegacia para que o caso fosse investigado. “Ele [pai] fugiu daqui, de onde morava. Ele sempre foi de Itanhaém, mas veio para cá. Morou aqui três anos. Aí, o delegado achou a ossada na casa que eles moravam”.
Ainda de acordo com o parente, a adolescente não tinha contato com a mãe e foi abandonada com três meses. “A avó cuidava dela, sempre cuidou. Esse monstro, depois da menina crescer, veio fazer inferno na vida da gente“.
Menina de 17 anos foi morta pelo pai e enterrada no quintal de casa em Ilha Comprida, no litoral de SP — Foto: Rinaldo Rori/g1
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, o pedreiro e vizinho da família, João Antônio Santana de Souza, contou que estranhava o comportamento do pai com a adolescente. “Ele tinha um ciúme muito forte dela. A menina não podia fazer nada, não podia ter um celular, não podia nada”.
“Às vezes eu via ele brigando com ela. Minha filha chegava perguntando por ela e ele falava que estava em casa, com enxaqueca e que não ia sair. Sempre era assim”, disse Souza.
Em 26 de outubro de 2022, um tio de Agata esteve na delegacia para informar que a sobrinha estava desaparecida há mais de um ano. De acordo com a ocorrência, ele informou que a adolescente morava com o pai e que o mesmo teria afirmado que foi com ela para Itanhaém, mas que a adolescente teria decidido morar com a mãe.
Ainda de acordo com o BO, familiares entraram em contato com a mãe da adolescente, mas esta informou que a jovem não havia ido morar com ela, que sequer tinha visto a menina.
Diante da situação, o pai da adolescente teria mudado o discurso aos familiares e dito que Agata teria ido para Sorocaba, no interior de São Paulo, com um rapaz. Ele reforçou que, desde a saída de casa, ela não havia dado notícias ou usado as redes sociais.
Quando os restos mortais foram encontrados, eles estavam envolvidos por uma rede e um lençol. De imediato, o Instituto de Criminalística (IC) foi solicitado para periciar a cena do crime. O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado. O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa, mas atualizado para homicídio na Delegacia de Ilha Comprida.
Polícia Civil suspeita que pai tenha matado a filha e a enterrou no quintal da casa, no bairro Balneário Britânia, em Ilha Comprida (SP) — Foto: Rinaldo Rori/g1
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 nos últimos 7 dias
Publicar comentários (0)