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Lula citou Le Pen após lembrar as eleições que ele participou antes de ser eleito pela primeira vez em 2002. Na sequência, ele mencionou, como exemplo, a política Margarida Salomão, que foi eleita prefeita de Juiz de Fora, em 2020, na quarta tentativa.
“Chegou para mim [a hora de vencer]. Eu fui visitar Juiz de Fora, agora. A prefeita [Margarida Salomão] perdeu quatro vezes também, chegou para ela. A Le Pen na França, cara. A Le Pen depois de perder tanto, ela e o pai dela, está chegando pra ela. As coisas são assim. A gente tem que teimar”, disse.
Lula entrou no assunto das eleições parlamentares na França ao ser questionado sobre a possibilidade do deputado federal Zé Neto (PT-BA) se eleger prefeito de Feira de Santana. O radialista que entrevistou Lula disse que Zé Neto deve disputar a prefeitura pela quinta vez em busca da primeira vitória.
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Na entrevista, Lula também foi questionado sobre o processo eleitoral nos Estados Unidos. O petista, que já declarou torcida para o atual presidente Joe Biden na disputa contra Donald Trump, disse que Biden e os democratas devem avaliar se mantêm a candidatura à reeleição.
“Eu acho que o Biden ele tem um problema, sabe, que ele está andando mais lentamente, ele está demorando mais para responder as coisas, possivelmente esteja pensando. Mas quem sabe da condição do Biden é o Biden”, disse Lula.
“O Biden é que tem que avaliar. Se ele está bem, ele é candidato, tudo bem, ele achar que está em condições, ótimo. Mas se ele não está, é melhor eles tomarem essa decisão. Eu fico torcendo pelo Biden. Deus queira que ele esteja bem de saúde, Deus queira que ele possa concorrer. Senão, o Partido Democrata pode indicar outra pessoa”, completou o presidente brasileiro.
Lula disse considerar as eleições nos EUA “muito importantes para o resto do mundo”. E que, dependendo de quem ganhe, “a gente pode melhorar ou piorar o mundo”. “É importante levar em conta que é preciso melhorar o mundo. O mundo precisa ficar mais humano, solidário, mais fraterno”, afirmou.
O petista disse que Sarney, apesar da idade avançada, está “preocupado com as eleições de 2026”. Já sobre FHC, disse que a cabeça do tucano “está boa”, embora esteja “falando lentamente por causa da idade”.
O presidente contou que seu assessor especial, Celso Amorim, esteve na Ucrânia e na Rússia para checar a viabilidade de uma negociação de paz na qual o próprio Lula poderia se empenhar.
“Ver se há uma brecha para a gente começar a discutir um acordo, uma paz. Quando tiver essa brecha, o Lulinha entra para ajudar a resolver. Mas, participar da guerra, não participarei”, disse Lula.
Lula reafirmou que a inflação no país está baixa e que a atual taxa básica de juros está acima do necessário.
O presidente também criticou o fato de executar metade do mandato com um presidente do Banco Central indicado pelo governo anterior – Roberto Campos Neto foi indicado por Jair Bolsonaro (PL).
“Correto é que entre um presidente e indique o presidente do Banco Central. Não dá para o cidadão ter mandato e ser mais importante do que o presidente da República. Isso que está equivocado”, disse.
A lei de autonomia do Banco Central, aprovada na gestão Bolsonaro, determina mandatos de quatro anos para os presidentes da instituição. O mandato de Campos Neto se encerra no final de 2024. Lula indicará um novo nome, que terá de ser aprovado pelo Senado.
Na entrevista, Lula também voltou a afirmar que não fará mudanças na política de salário mínimo e que não pretende desvincular as aposentadorias do mínimo.
Por: G1
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