Sophia Manuela Sant Anna da Silva nasceu em junho de 2019, no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, no litoral de São Paulo. Ela mora com a mãe, o pai e mais dois irmãos em Praia Grande, cidade vizinha. Segundo Natália Sant Anna, de 33 anos, o fórceps foi utilizado pela equipe médica no parto, que foi natural, pois a criança estava acima do peso e ela sem a dilatação necessária.
“A Sophia nasceu com um problema respiratório por conta do tempo do parto e foi direto para a UTI. Quando finalmente a peguei para amamentar, percebi que ela chorava muito. Perguntei no hospital e me disseram que era ‘normal’, mas respondi que não. Quando encostei no bracinho [direito] dela, vi que chorou ainda mais e percebi também que não o movimentava“, lembrou.
Sophia Sant Anna, de apenas três anos, teria sofrido uma fratura na clavícula durante o nascimento — Foto: Arquivo pessoal
Ainda de acordo com a mãe da criança, um exame de raio-X foi realizado na sequência, no próprio hospital, e constatou a clavícula quebrada. A equipe médica do local também teria informado à família sobre a paralisia no plexo braquial, e encaminhou a menina para fazer oito meses de fisioterapia.
Natália acrescentou que, após o período indicado de fisioterapia, ela retornou ao hospital. Porém, não foi mais atendida pelo médico ortopedista que acompanhou o caso da criança. “Nunca mais consegui falar com ele. Nunca mais me procuraram para nada”. Segundo ela, a família já buscou por outros locais que podem continuar o tratamento de Sophia.
Ao g1, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou, por meio de nota, que lamenta profundamente o ocorrido, se solidariza com a paciente e seus familiares e informou que vai realizar uma apuração rigorosa do atendimento prestado e da conduta dos profissionais no Hospital Guilherme Álvaro.
Mãe alega que filha não recuperou o movimento total do braço direito mesmo após fisioterapia — Foto: Arquivo Pessoal
Movimentos reduzidos e dor no braço
A mãe da menina explicou, ainda, que mesmo após três anos, Sophia vive as consequências do parto. “Atrapalha quando ela corre, pois não tem o equilíbrio do braço. Ela faz tudo só com uma mão”. A família acredita que a criança precisa passar por uma cirurgia no membro.
“Ela não levanta o braço [completamente], apenas até a metade, e consegue mexer as mãozinhas. Quando tenta levantar, dá aquele ‘gritinho’, pois sente dor”, conta Natália.
O g1 conversou com o médico obstetra e ginecologista Gilberto Moreira Mello sobre o uso do fórceps. Segundo o profissional, nos partos considerados difíceis, é possível utilizar tanto o equipamento quanto outra ferramenta de auxílio, chamada ‘vácuo extrator’. “São duas medidas que, feitas com cuidado, não devem gerar prejuízos para o bebê ou para a mãe“, disse ele.
Ele pontuou, porém, que não se deve mais fazer ‘manobras’ na barriga da grávida, como que ‘induzindo ao parto’. “O indicado [é fazer] esses dois procedimentos quando o bebê não consegue nascer”.
Por fim, Mello afirmou que não há relação do uso de fórceps com a fratura de clavícula. De acordo com o profissional, a lesão ocorre, muitas vezes, pela dificuldade da saída do ombro da criança. “São intercorrências que podem acontecer no nascimento e, então, existe uma conduta do pediatra e ortopedista para que [o osso] se solidifique”.
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