A mãe de um menino de quatro anos afirma que ele sofreu maus-tratos da professora na Escola Municipal José Ribeiro dos Santos Cunha, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ao g1, nesta segunda-feira (17), Simone Mendes, de 42 anos, disse que quando ela chegou em casa o filho a abraçou e começou a chorar.
“Eu fui abraçar o meu filho e ele começou a chorar. Não entendi a reação dele e ele disse que a ‘tia havia batido nele’. Eu perguntei qual tia havia o agredido, já que eu nunca havia batido no meu filho. Aí ele voltou a dizer que a tia da escola havia batido nele”, relata a mãe.
Ainda segundo Simone, após o menino contar para ela o que havia acontecido ela começou a procurar possíveis sinais da agressão no corpo dele. “Ele levantou a manga da blusa e eu não acreditei. Vi marcas fortes de unha no braço e o local machucado. Estava bem inchado ainda”, lembra.
No dia seguinte ao ocorrido, a mãe do menino compareceu na unidade escolar e contou para a diretora o que tinha acontecido. A responsável pela creche pediu para uma outra professora, que não tinha contato com a criança, perguntar para ele o que eram aquelas marcas. “Ele na mesma hora respondeu que a “tia sacode e belisca”, conta Simone.
Após o relato, a diretora fez uma reunião com a professora da criança e a mãe. “Ficamos nós três na sala e, quando ela [diretora] começou a fazer perguntas, a professora afirmou “que pegava com mais força o aluno para conter eles, mas que não machucava e que as vezes ela não estava em um bom dia”, relata a mãe.
“É inaceitável que uma professora fale isso na minha cara e na cara da diretora. Ela confessar que pega os alunos de um jeito mais forte. Isso é inadmissível”, reclama.
Mãe diz que menino de quatro anos sofreu maus tratos de professora em creche — Foto: Arquivo Pessoal
Simone quer uma providência da Secretaria de Educação. “As mães saem para trabalhar e deixam as crianças na creche e acham que elas estão protegidas, mas não estão. Eu quero que sejam tomadas as medida porque o meu filho fala e pode contar as coisas, mas quantas crianças que não falam podem ter passado por isso?” questiona.
A mãe do menino registrou o Boletim de Ocorrência no 2º Distrito Policial de Praia Grande e fez a denúncia na Ouvidoria e na Secretaria de Educação (SEDUC) da cidade.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Praia Grande, que informou que a Secretaria de Educação (Seduc) tomou ciência do ocorrido e apura os fatos por meio da equipe técnica. A pasta municipal afirma que repudia qualquer tipo de ato violento.
A Seduc esclarece ainda que, caso seja confirmada a responsabilidade de algum servidor da unidade escolar, será instaurado procedimento administrativo disciplinar para aplicação das sanções cabíveis.
Segundo a mãe do menino, há cerca de dez dias a criança está com um comportamento diferente em casa. “Meu filho voltou a fazer xixi na cama e ele tinha parado com isso há dois anos. Tem noites que ele acorda gritando de madrugada”, afirma.
“Ele sempre gostou de ir na creche, ele está lá desde um ano e sempre voltou sorrindo e alegre. Agora ele segura no meu pescoço e não quer nem entrar”, explica.
Simone disse ainda que ela acredita que o filho desenvolveu algum trauma. “Eu nunca bati no meu filho. Como ele passou por isso na escola, eu acho que esse caso desenvolveu um bloqueio. Até quando dou bronca nele, ele se encolhe no canto no sofá e se defende levantando a mão”, diz.
“Agredir uma criança tem que ter punição. E se eu ficar calada, amanhã será outro e depois outro. E eu não quero mais isso para o meu filho nem para o filho de ninguém, finaliza.
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