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Mais de 5 mil russas grávidas foram para Argentina em busca de cidadania, dizem autoridades

today13 de fevereiro de 2023 25

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Elas estavam todas nas suas últimas semanas de gravidez, de acordo com a agência nacional de migração.

Acredita-se que as mulheres estão tentando fazer com que seus bebês nasçam na Argentina para obter a cidadania argentina.

O número de chegadas disparou recentemente. A imprensa argentina sugere que isso pode estar acontecendo por causa da guerra na Ucrânia.



Das 33 mulheres que chegaram à capital argentina em um voo na quinta-feira, três foram detidas por “problemas com a documentação”. O mesmo já tinha acontecido com outras três mulheres que haviam chegado no dia anterior, disse ao jornal La Nacion a chefe da agência de migração, Florencia Carignano.

As mulheres russas inicialmente alegaram que estavam na Argentina a turismo, disse Carignano.

“Nestes casos foi detectado que elas não vieram para cá para exercer atividades turísticas. Elas próprias reconheceram isso.”

Ela disse que as mulheres russas queriam que seus filhos tivessem cidadania argentina porque isso oferece mais liberdade de viajar no mundo do que um passaporte russo.

“O problema é que elas vêm para a Argentina, registram seus filhos como argentinos e vão embora. Nosso passaporte é muito seguro em todo o mundo. Ele permite que [portadores de passaporte] entrem em 171 países sem visto”, disse Carignano.

Ter um filho argentino também agiliza o processo de cidadania dos pais.

Atualmente, os russos podem viajar sem visto para apenas 87 países.

Viajar para países ocidentais tornou-se mais difícil para os russos desde que começou a guerra na Ucrânia, no ano passado.

Em setembro passado, o acordo de facilitação de vistos entre a União Europeia e a Rússia foi suspenso, resultando na necessidade de documentação adicional, aumento dos tempos de processamento e regras mais restritivas para a emissão de vistos.

Vários países também suspenderam os vistos de turista para os russos, incluindo todos os Estados membros da UE que fazem fronteira com a Rússia.

Um advogado das três mulheres detidas na quinta-feira disse que elas estão “presas sob falsas alegações”, por serem suspeitas de serem “falsas turistas”. Este é um termo “que não existe em nossa legislação”, disse Christian Rubilar.

“Essas mulheres que não cometeram crime, que não infringiram nenhuma lei migratória, estão sendo privadas ilegalmente de sua liberdade”, acrescentou.

As mulheres já foram liberadas.

O La Nacion atribuiu à guerra na Ucrânia o aumento repentino de chegadas de cidadãos russos. Segundo o jornal, “além de fugir da guerra e do serviço de saúde de seu país, [as mulheres russas] são atraídas por seu [direito de] entrada sem visto na Argentina, bem como pela medicina de alta qualidade e variedade de hospitais”.

O “turismo de nascimento” de cidadãos russos para a Argentina parece ser uma prática lucrativa e bem estabelecida.

Um site em russo visto pela BBC oferece vários pacotes para gestantes que desejam dar à luz na Argentina. O site anuncia serviços como planos de parto personalizados, traslados de aeroportos, aulas de espanhol e descontos no custo de estadias nos “melhores hospitais da capital argentina”.

Os pacotes variam de “classe econômica”, a partir de US$ 5 mil (cerca de R$ 25 mil), a “primeira classe”, a partir de US$ 15 mil (cerca de R$ 75 mil).

O site da empresa diz que está facilitando o turismo de nascimento desde 2015 e que oferece suporte à migração. A empresa diz ser “100% argentina”.

No sábado, o La Nación noticiou que a polícia argentina está realizando buscas como parte de uma investigação sobre um “negócio milionário e rede ilícita” que supostamente fornecia a mulheres russas grávidas e seus parceiros documentos falsos emitidos em tempo recorde para permitir que elas viessem morar na Argentina.

A polícia disse que os criminosos cobravam até US$ 35 mil (cerca de R$ 175 mil) pelo serviço.

Ninguém foi preso, mas a polícia teria apreendido laptops e tablets, bem como documentos de imigração e quantidades significativas de dinheiro.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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