Reis estava em patrulhamento na comunidade Vila Júlia, no dia 27 de julho, quando foi baleado próximo ao tórax. Ele chegou a ser atendido no Pronto Atendimento da Rodoviária (PAM), mas não resistiu. Um outro policial foi baleado na mão esquerda, mas foi liberado após ser atendido em um hospital da região.
O inquérito realizado pela Polícia Civil confirmou que Erickson David da Silva, o Deivinho, foi o autor do disparo que matou o PM. Ele foi identificado como o ‘segurança’ de um ponto de venda de drogas conhecido como Biqueira de Seringueira.
Ainda segundo o documento, a Polícia Civil concluiu que Marco de Assis Silva, conhecido como Mazaropi, e Kauã Jazon da Silva, irmão de Deivinho, estavam no local em que o crime ocorreu e não tomaram nenhuma atitude para conter a ação do Deivinho.
O MP-SP não confirmou a identidade do trio denunciado, mas informou que, além de homicídio, os homens devem responder por crimes relacionados ao tráfico de drogas e pela prática de tentativa de homicídio contra três outros agentes, que estavam na direção dos disparos durante a incursão da Polícia Militar na área.
Segundo os promotores, designados pela Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) para apurar todos os fatos relacionados à Operação Escudo, a condenação pelos crimes pode representar uma pena de até 65 anos de reclusão para cada um dos acusados.
Na peça acusatória, os promotores do Tribunal do Júri e do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) ainda solicitaram “a fixação de valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, inclusive a título de dano moral”.
A morte do soldado Reis desencadeou a Operação Escudo, que mobilizou equipes especializadas das polícias na Baixada Santista e, até o momento, resultou na prisão de 181 pessoas e em 16 mortes, segundo o último balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).
Desta forma, o Ministério Público instaurou na última semana um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) na esfera penal, com objetivo de apurar como ocorreram todas as mortes registradas na operação, bem como, no campo da tutela coletiva, um Procedimento Administrativo de Acompanhamento (PAA) em relação às investigações de todas as ocorrências de morte por intervenção policial e um Inquérito Civil (IC) para apurar eventuais atos lesivos aos Direitos Humanos.
Arma usada por ‘sniper’ suspeito de matar PM da Rota é apreendida em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução
A Polícia Civil de São Paulo finalizou o inquérito na sexta-feira (4), quando confirmou Erickson David da Silva, o Deivinho, como autor do disparo que matou o policial.
De acordo com o documento, o delegado responsável pelo caso, Antônio Sucupira Neto, indiciou outras seis pessoas: Marco de Assis Silva, conhecido como Mazaropi; Kauã Jazon da Silva, irmão de Deivinho; André Paulo Barbosa de Freitas; David Jesus Santos; Gabriela Luz Rodrigues; e Guilherme Pereira Lopes Lemos.
No inquérito, o delegado solicitou a conversão de temporária para preventiva dos irmãos Deivinho, detido desde 31 de julho, e Kauã, detido desde 2 de agosto.
Do documento, consta ainda que os outros quatro homens foram indiciados por associação ao tráfico de drogas. O delegado afirmou ter provas de que todos os indiciados fazem parte de uma “perfeita e concatenada” associação ao tráfico de drogas.
Polícia Civil conclui investigação da morte de PM baleado no litoral de SP — Foto: Reprodução g1
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da TV Globo, o advogado Wilton Felix contou que o suspeito de disparar contra os agentes se diz inocente e estava na comunidade da Vila Julia, em Guarujá, para comprar drogas.
“Ele [Erickson] alega e atesta que não participou do evento morte. Na fatalidade, ele estava comprando droga, por fazer uso de entorpecentes, quando ouviu vários tiros e no pavor da situação, ele fugiu do local”, explicou.
Ainda segundo o advogado, imagens do suspeito foram vinculadas como sendo o principal suspeito de ter realizado o disparo de ter matado o policial. De acordo com Félix, com medo de retaliações, Deivinho foi para outra cidade [não informada], mas, mesmo assim, no domingo se apresentou na delegacia “de livre e espontânea vontade”.
Kauã Jason da Silva e Erickson David da Silva são dois suspeitos da morte de PM da Rota no litoral de SP — Foto: Polícia Civil
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