A cabeleireira Bibiana de Freitas sonha em reencontrar o pai com quem não fala há 18 anos. O último contato foi uma ligação feita por orelhão, o meio de comunicação disponível à época. Eles moram a quase três mil quilômetros de distância, ela em João Pessoa, na Paraíba, e José Zito de Freitas, hoje com 75, em Santos, no litoral de São Paulo.
“Se eu falar com ele pelo telefone reconheço a voz. […] Só tenho lembrança boa, meu pai é o melhor pai do mundo”, disse Bibiana, de 37.
Nascida em Cubatão (SP), a cabeleireira viveu a infância com a mãe, o pai e os três irmãos em São Vicente. O afastamento ocorreu em 2003, quando a avó materna morreu no Nordeste e todos da família, com exceção de José, se mudaram para a capital paraibana.
“Meu pai ficou trabalhando e a gente veio morar aqui [em João Pessoa]”. Bibiana conta que, apesar da distância física, os contatos telefônicos eram frequentes e duas vezes por ano José Zito visitava a família no Nordeste.
Em um desses encontros os filhos foram informados que o pai havia se mudado para Santos. O contato, porém, passou a ficar cada vez mais raro e restrito a ligações para um determinado orelhão. Em 2005 eles conversaram pela última vez, disse a cabeleireira.
“O único contato que a gente tinha com ele era por orelhão, não tinha celular. A gente se mudou e ele também. Perdemos contato”, lamentou.
Bibiana conta que sempre procurou por José Zito. “O que eu pude mexer, já tentei”, disse ela que renovou as esperanças em encontrar o pai há duas semanas, quando um conhecido de São Vicente entrou em contato para perguntar sobre o pai dela.
Ele contou que tinha conhecido um homem com o mesmo nome do pai dela, que o homem trabalhava em um cemitério de Cubatão. “Eu chorei tanto com essa história achando que era meu pai”, lembrou ela, que descobriu não ser o mesmo José Zito.
Bibiana contou que o José Zito perdeu os pais ainda jovem e, por isso, ela e os irmãos nunca tiveram contato com a família paterna. Ela sabe apenas que os parentes são de Pernambuco, mas acredita que o pai permaneça na Baixada Santista e trabalhando em obras.
Bibiana guarda fotos e certidão de nascimento do pai. — Foto: Arquivo Pessoal
“Sempre digo: quando eu tiver condições de ir [para Santos] procurar por ele eu vou procurar em construções, porque ele trabalhava nesses prédios”, ressaltou.
A cabelereira tem três filhas e sonha que José possa conhecer as netas. “Tenho certeza que meu pai vai ser louco por elas […]. Ele nem sabe que tenho. Eu digo para elas que queria que o pai delas fosse como meu pai, daí iriam ter um pai de verdade, porque eu tive um”, disse a mulher.
Bibiana disse guardar com carinho as recordações que tem do pai. Ela inclusive publicou a história nas redes sociais em busca de informações para realizar o sonho de reencontrá-lo.
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