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Nas Olimpíadas, diretoras baianas gravam documentário sobre presença negra no vôlei brasileiro: ‘processo de pertencimento’

today27 de julho de 2024 6

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As diretoras baianas Onisajé e Susan Kalik desembarcaram em Paris, na última quarta-feira (24), para a gravação do documentário “Black Point”, que debate a crescente presença de jogadores negros no vôlei brasileiro. Atualmente, as equipes masculina e feminina de vôlei de quadra e de praia têm, juntas, 12 atletas negros.

“O empretecimento do vôlei corresponde a um processo profundo de pertencimento, identidade e conexão racial e cultural entre esses atletas pretes e a maioria da população brasileira”, afirmou Onisajé.

O projeto é uma ideia antiga, que começou pela paixão das baianas pelo esporte ainda na adolescência, na década de 90. Susan fez parte do time de vôlei da escola e Onisajé madrugava para acompanhar as seleções nas olimpíadas.



Baianas assistiram à Liga das Nações de Voleibol Feminino antes de ir para Paris — Foto: Arquivo Pessoal

“Ela ficava até de madrugada assistindo a jogos de vôlei da seleção, jogos de 1996, 2004, 1995… Era uma aficionada! A paixão dela pelo esporte é linda”, afirmou Susan.

Em 2023, o desejo adolescente virou realidade e o documentário sobre o esporte, que mexe com tantos brasileiros, começou a ser produzido. O período pré-olímpico e a Liga das Nações foram acompanhados pelas baianas e farão parte do “Black Point”.

Além disso, nomes como a apresentadora Márcia Fu e a ministra da igualdade racial Anielle Franco, ambas ex-jogadoras de vôlei, estarão no documentário.

Em Paris, Onisajé e Susan ficarão sete dias “vivendo as Olimpíadas”. Elas vão acompanhar os atletas na vila olímpica, nos treinos e também jogos com outras seleções. Elas poderão ver de perto os jogos do vôlei de quadra entre Brasil e Quênia, pela seleção feminina, Brasil e Polônia, pela seleção masculina e Brasil e Australia, na modalidade do vôlei de praia representado pelo time masculino.

Além de ser um momento inesquecível para quem gosta do esporte, viver as Olimpíadas tem um valor especial para as duas baianas. Para elas, estar em Paris gravando o documentário é uma espécie de reverência aos atletas “que vieram primeiro”.

“Num esporte ainda tão elitista e branco como o vôlei, é importante difundir e perenizar o quanto é necessário potencializar as diversidades”, afirmou Onisajé.

Pesquisa documental e outras etapas

As documentaristas Susan Kalik e Onisajé, apaixonadas por esporte — Foto: Arquivo Pessoal

“Black Point” ainda não tem data prevista para estrear, o documentário encontra-se na sua parte de pesquisa documental.

“Agora encerramos a “etapa jogos olímpicos” em Paris e Brasil para então finalizarmos a construção do roteiro e projeto executivo”, detalhas Susan. Depois dessa fase, estão previstas as gravações das entrevistas com atletas e convidadas e a produção das imagens poéticas do filme.

A primeira parceria documental de Onisajé e Susan é o média-metragem “Do que aprendi com minhas mais velhas”, lançado em 2017, recebendo prêmio de Melhor Curta Documentário na Mostra Mahomed Bamba e sendo escolhido como um dos dez filmes para representar o Brasil na Rede de Salas Digitais do Mercosul.

O “Black Point!” é o quinto longa-documentário da Modupé Produtora, que lançou “Cores e Flores para Tita”, com direção de Susan Kalik, “O Primeiro Beijo”, com direção de Urânia Munzanzu, “IJÓ DUDU, A Memória da Dança Negra na Bahia”, com direção de Zebrinha e “Bando, um filme de”, dirigido por Thiago Gomes e Lázaro Ramos.

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Por: G1

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