A Polícia Federal indiciou nesta sexta-feira (8) o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) por uso de documento falso. O indiciamento ocorreu após Marçal prestar depoimento na sede da PF em São Paulo, onde foi confrontado sobre a divulgação de um laudo médico falso contra seu adversário político, Guilherme Boulos (PSOL), durante a campanha eleitoral.
No dia 4 de outubro, Marçal compartilhou nas redes sociais um suposto receituário médico, alegando que Boulos havia sido diagnosticado com “surto psicótico grave” e apresentava delírio persecutório e ideias homicidas. O documento indicava que Boulos teria sido atendido em uma clínica na zona sul de São Paulo em janeiro de 2021. Contudo, a postagem foi removida do Instagram pouco tempo depois, sob suspeita de falsificação.
Boulos negou a veracidade do laudo, que, segundo a investigação da PF, continha o registro de um médico já falecido, José Roberto de Souza, cujo registro estava inativo no Conselho Federal de Medicina (CFM).
A PF iniciou a investigação no dia 5 de outubro, após a denúncia ser amplamente divulgada e causar repercussão durante o período eleitoral. O exame pericial comprovou que o documento era falsificado, refutando também a tentativa de Marçal de associar Boulos ao uso de drogas ilícitas.
Com o indiciamento, o caso será encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) e ao Ministério Público Eleitoral, que decidirá se apresentará denúncia formal contra Pablo Marçal.
Se condenado, o ex-candidato poderá responder por crime de uso de documento falso, conforme previsto no artigo 304 do Código Penal, cuja pena pode variar de dois a seis anos de reclusão, além de multa.
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