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De acordo com o médico veterinário e coordenador de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, observar o salto da espécie pode ser um momento emocionante. O animal marinho pula para observar o ambiente ou, até mesmo, se comunicar.
“Por exemplo, se um barco está se aproximando, ela salta e gira o corpo no ar para observar onde esse barco está. Em outros momentos, elas saltam várias vezes, em sequência, como uma forma de comunicação com outras baleias para mostrar que está no território. O som se propaga melhor na água do que no ar”, explicou.
Marcondes destacou que os filhotes da baleia-jubarte realizam o movimento com frequência e que, para quem assiste ao momento, o salto parece ser uma brincadeira.
“Filhotes aprendem a saltar com as mães. Depois que aprendem, saltam com uma frequência muito grande. A impressão é que para o filhote o salto realmente é uma coisa divertida ou uma brincadeira.”
Pescadora grava momento em que baleia-jubarte salta em alto mar em Praia Grande — Foto: Reprodução
O especialista afirmou que, no Brasil, as baleias-jubartes nascem durante o inverno, na região do Banco dos Abrólios, na altura de Caravelas, no sul da Bahia. Entre novembro e outubro, para se alimentarem, elas migram para uma região próxima à Antártica.
“Elas aproveitam que lá tem uma grande quantidade de crio, que é um crustáceo parecido com camarão. Depois que elas se alimentam e formam uma camada de gordura, que serve de reserva de energia, elas voltam para cá.”
Em 2014, a jubarte foi retirada da lista de espécies ameaçadas de extinção devido ao crescimento das políticas de proibição da caça adotadas na década de 1960.
Um censo aéreo realizado em 2022 pelo Projeto Baleia Jubarte identificou a recuperação da população brasileira da espécie com aproximadamente 34,5 mil baleias. “Foi uma recuperação impressionante para uma espécie que quase desapareceu.”, lembrou.
A baleia-jubarte nasce com, aproximadamente, 3 metros e pesa uma tonelada. — Foto: Projeto Baleia Jubarte
A baleia-jubarte vive algo em torno de 60 anos. O animal nasce com aproximadamente 3 metros e pesa uma tonelada. Ao longo da vida, pode chegar a medir 16 metros e pesar 35 toneladas.
Segundo o biólogo do Aquário de Santos, Alex Ribeiro, a jubarte é considerada uma espécie da megafauna marinha devido ao peso. O especialista disse que é normal o animal nadar pelo litoral paulista e que o Brasil é referência em sua preservação, por meio do turismo sustentável.
“Há mais de 30 anos, o Brasil faz parte de um tratado internacional de proteção à caça das baleias, por meio do turismo sustentável como o whale watch, turismo de observação de baleias. Lembrando que são animais que migram em todos os oceanos do planeta. Essa mesma baleia que ocorre aqui, ocorre em outros oceanos e costas.”, contou.
Por sua vez, o médico veterinário Milton Marcondes diz que a presença do animal traz benefícios à região e ao meio ambiente.
“Por meio das fezes e urina, elas trazem nutrientes para os nossos mares. Isso pode aumentar a nossa produção pesqueira, além de ter um papel fundamental em ajudar o equilíbrio climático do planeta. Hoje, temos uma população que lembra a que existia na época que a família real veio para o Brasil, no início do século XIX.”, ressaltou Marcondes.
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