Anteriormente, o treinador do jovem, Marcelo Tsuyama, havia dito ao g1 que a suspeita era de que Arthur tivesse sido espancado, possibilidade que é descartada pelo documento de internação da vítima e pelo Boletim de Ocorrência – ambos apontam para atropelamento.
O delegado titular de Guarujá, Rubens Eduardo Barazal, informou à reportagem, neste sábado (7), que o caso foi registrado como lesão corporal culposa [sem intenção] na direção de veículo automotor com base na ficha hospitalar e no depoimento de familiares.
“Chegou como espancamento, mas, na realidade, até pela gravidade das lesões, presume-se ter sido atropelamento sem exclusão, evidentemente, de qualquer outra possibilidade”.
Segundo o delegado, um inquérito policial foi instaurado para investigar o caso. “Nós não sabemos nem onde ele foi resgatado. Fizemos um ofício para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), [pois] estamos procurando saber qual foi a viatura [que atendeu] porque ele deu entrada no hospital por volta das 5h e pouco de domingo (1)”.
“Precisamos saber qual viatura o socorreu para ver junto ao Samu onde ele foi resgatado. Só aí que a gente vai começar a ver nas imediações eventuais câmeras existentes que possam nos auxiliar”, completou.
Barazal ressaltou que Arthur está impossibilitado de falar e, por este motivo, ainda não prestou depoimento sobre o ocorrido. “A gente está buscando elementos, digamos assim, indiretamente, que não sejam com ele, que nos levem a alguma conclusão acerca do que de fato aconteceu“.
De acordo com o delegado, a mãe e o amigo de Arthur prestaram depoimento. “Eles também não sabem falar nada. Só disseram que depois dos fogos ele saiu e ninguém mais o encontrou. Aí o amigo veio a encontrá-lo à tarde do dia 1° no hospital”.
O Hospital Santo Amaro informou, em nota, que Arthur foi extubado [teve retirado o tubo que o ajudava na respiração] na sexta-feira (6). O jovem, segundo a unidade de saúde, está consciente, estável e permanece na UTI.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Guarujá que, em nota, informou que o Samu não foi acionado para atender a ocorrência. O delegado contraria a informação.
O técnico de Arthur, Marcelo Tsuyama, de 41 anos, disse que o atleta e amigos saíram de Ribeirão Pires (SP) em 31 de dezembro e tinham a previsão de retornar em 1° de janeiro. “O Arthur e os amigos iriam fazer um ‘bate e volta’. Foram de carro para ver os fogos e aproveitar um dia”, disse ele.
Ainda segundo o técnico, um dos amigos contou à família que eles estacionaram o carro em frente a um quiosque e ficaram se divertindo na praia. Em determinado momento, alguns garotos da cidade começaram a interagir com o atleta. “Recebemos informações que foi com essas pessoas de Guarujá que o Arthur desapareceu da vista dos colegas de Ribeirão Pires“, explicou.
O técnico disse que quando acabou a queima de fogos, os amigos foram procurar por Arthur e não o encontraram. “Eles decidiram fazer um boletim de ocorrência de desaparecimento. Com o documento, a polícia e os bombeiros foram acionados e iniciaram as buscas pela região”, explicou ele.
Segundo Tsuyama, Arthur foi encontrado por volta das 6h e encaminhado para o Hospital Santo Amaro.
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