Laurent-Franck Liénard, o advogado, disse que as primeiras palavras que o policial disse foram para pedir perdão.
Nahel, um jovem de 17 anos, foi morto na manhã de terça-feira após se negar a parar em uma blitz policial em Nanterre, na periferia de Paris. Inicialmente, fontes da polícia afirmaram que o guarda atirou quando o motorista do veículo tentou atropelar dois policiais. No entanto, um vídeo mostrra o momento em que o agente aponta uma arma para o motorista e dispara à queima-roupa enquanto o veículo acelera.
Nahel parou alguns metros adiante, quando o carro bateu em um poste. Ele morreu pouco depois.
O policial suspeito de ser o autor do disparo, um agente de 38 anos, está sob custódia da polícia, sendo investigado por homicídio doloso no exercício da função, conforme anunciado pelo Ministério Público.
A morte de Nahel gerou uma onda de protestos. Houve distúrbios na cidade de Nanterre, mais de dez veículos e mobiliário urbano foram queimados. Os protestos se espalharam para outras cidades francesas, como Lyon, Toulouse e Lille.
As autoridades de Nanterre organizaram vigílias em prédios públicos para evitar invasões e saques. A polícia relatou 77 prisões durante a segunda noite de revoltas na região parisiense.
Presidente afirmou que nada justifica a morte
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que “nada justifica a morte de um jovem”. O porta-voz do governo, Olivier Véran, pediu calma em meio a uma “emoção muito forte”. A primeira-ministra Elisabeth Borne destacou que as imagens sugerem violações das regras de ação legal. O político de esquerda Jean-Luc Mélenchon enfatizou que “a pena de morte não existe mais na França” e que nenhum policial tem o direito de matar, exceto em caso de legítima defesa.
O atacante do Paris Saint-Germain (PSG), Kylian Mbappé, expressou sua indignação, lembrando que também reagiu ao caso de violência policial contra o produtor musical negro Michel Zecler em 2020, e descreveu a situação como inaceitável.
As declarações mencionadas foram criticadas pelo sindicato policial Alliance e por líderes de extrema direita, que consideraram “inconcebível” que o presidente da República, assim como outros políticos, artistas e indivíduos, emitissem condenações antes mesmo dos resultados das investigações.
Bombeiros trabalham em meio a carros incendiados durante confrontos entre manifestantes e policiais, em Paris, na França — Foto: Stephanie Lecocq/Reuters
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Por: G1
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