Ao ser questionado sobre declaração de Lula a respeito da entrada de novas nações, Viana disse acreditar que o bloco ainda tem um “dever de casa”.
“Eu acho que temos um dever de casa no Brics. Não posso opinar diretamente, mas é uma opinião muito pessoal minha. Eu acho que tem um espaço enorme de aperfeiçoamento dos Brics antes de abrir a porta para outros países.”
Durante a entrevista coletiva, Jorge Viana mencionou a guerra da Rússia contra a Ucrânia e a economia da África do Sul, referindo-se ao “espaço de aperfeiçoamento” nos atuais países do bloco.
Lula em 2009 com líderes dos BRICS, bloco então formado por Brasil, Rússia, Índia e China, que ganharia em 2011 a adesão da África do Sul — Foto: INSTITUTO LULA/via BBC
O então Bric se reuniu pela primeira vez em 2006, originalmente sem a África do Sul — que aderiu ao bloco em 2011, levando o grupo ao nome de Brics.
Desde então, líderes e ministros dos países se reúnem todo ano para discutir pautas de interesse em comum.
Inicialmente, o Brasil iria presidir o Brics em 2024. No entanto, como o país comandará no ano que vem o G20 (grupo que reúne as principais economias do mundo), a presidência do grupo passou para a Rússia. Com isso, o Brasil chefiará o bloco em 2025.
Os países do Brics destinaram somente 1% dos seus investimentos estrangeiros diretos ao Brasil em 2021. Os dados constam em estudo publicado pela Apex na terça (8).
O total de investimentos dos quatro países no mundo foi de US$ 3,7 trilhões em 2021. Desse total, US$ 34,2 bilhões foram aplicados no Brasil.
A maior parte do dinheiro utilizado no Brasil partiu da China, que investiu US$ 30,5 bilhões no ano.
Em entrevista, Viana classificou a atração de investimento estrangeiro dos Brics no Brasil como “um desafio”.
Enquanto isso, o Brasil investiu US$ 1,03 trilhão no bloco, o que representa um crescimento de 37,2% entre 2012 e 2021 — impulsionado pelo investimento brasileiro na China. Nos outros países, houve redução no período, segundo a Apex.
De acordo com a agência, se considerados em conjunto, os países do Brics ocupariam a 8ª posição no ranking de investimento brasileiro no exterior.
Com mandato até 2025, Dilma substituiu o também brasileiro Marcos Troyjo, diplomata de carreira e que havia assumido a função em 2020 após indicação do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com sede na China, a instituição foi criada para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável dos países que fazem parte do Brics.
O evento desta quarta contou com a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo Viana, foi apresentado a Campos Neto um pedido para facilitar as transferências bancárias entre os bancos centrais dos países do Brics, mas ainda não há uma proposta concreta.
“Hoje, temos um grande debate sobre como deve ser o fluxo de pagamentos entre os países na importação e exportação”, declarou.
Para o presidente da Apex, o Brasil não pode “ficar na velha modelagem do CCR [Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos]”.
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