Primeira locomotiva da Ferrovia Interna do Porto de Santos marca início do contrato de concessão: ‘dia histórico’

A Fips é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) que une as empresas Rumo, MRS Logística e Ferrovia Centro Atlântica (VLI). A operação sob a administração da nova cessionária começou no último domingo (1°). Segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS), a locomotiva da Fips é imprescindível para dar vazão à movimentação futura de carga no complexo portuário.

A cessionária da Fips ficará responsável pela gestão, operação, manutenção e expansão da ferrovia dentro do Porto e terá de investir, no mínimo, R$ 1 bilhão em cinco anos para ampliação da capacidade ferroviária. Estão previstas 13 obras, incluindo a pera ferroviária da margem direita.

A APS afirmou que o Porto de Santos recebe trens de todo o país. Dessa forma, quando chegam, eles precisam encontrar linhas férreas livres à passagem até os terminais. Com isso, os vagões que estão parados ou os trens que já descarregaram precisam ser desviados para outros trilhos, função realizada pelas locomotivas da Fips, que atuarão na reorganização dos vagões e composições.

Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, o presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, afirmou que a inauguração é muito importante para a logística do país. “A Fips é um modelo de convergência, do bom diálogo, que reuniu três empresas adversárias, que operam linhas férreas na região portuária”.

Segundo Pomini, o Porto de Santos, que movimenta cerca de 50 milhões de toneladas por ano, ganhará com a sociedade. “Com os investimentos na casa de 1 bilhão e no prazo de 5 anos, essa nossa capacidade aumenta, será majorada para 120 milhões de toneladas”.

O presidente da Fips, João Almeida, disse que a inauguração marca um dia histórico para o Porto de Santos. “São três grandes ferrovias, as maiores do segmento do agronegócio do país. Estamos nos juntando para conseguir movimentar 110 milhões de toneladas a longo prazo”.

As empresas VLI, MRS Logística e Rumo assinaram o contrato para administração da Fips em uma cerimônia realizada em 16 de dezembro do ano passado, no Ministério da Infraestrutura, em Brasília. O grupo será responsável pela gestão, operação, manutenção e expansão da infraestrutura ferroviária que atende o Porto de Santos.

As empresas realizarão uma gestão cooperativa baseada em autorregulação administrativa e operacional, na qual compartilharão custos e sem finalidade lucrativa. A cessionária realizará, bianualmente, chamamentos públicos para garantir o ingresso de novos associados.

O objetivo é ampliar a capacidade ferroviária do complexo portuário que está com 94% de utilização, próxima da saturação, sendo a expansão da Fips necessária para dar vazão à movimentação futura de carga. A APS projeta que o volume transportado dobre no prazo de 5 a 10 anos.

As obras que devem começar como ato contínuo à aprovação dos projetos executivos, sendo as principais intervenções: