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Primeira mulher eletricista de concessionária em cidade do litoral de SP quer ser exemplo: ‘sonho realizado’

today12 de janeiro de 2023 25

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“As inscrições abriram no início de 2021, eu estava desempregada, e meu irmão me mandou o link com uma oportunidade”, conta Julia. Conforme explica, o método de contratação da CPFL prioriza alunos já formados nos cursos de elétrica que a companhia proporciona.

A jovem já foi técnica em enfermagem, e na época havia recebido uma oportunidade de emprego na área da saúde. “Sempre gostei de elétrica e eletrônica, então, me inscrevi no processo seletivo deles, e esperei um retorno, ao invés de voltar para a enfermagem”.

Dias depois, Julia recebeu um e-mail informando que ela havia passado na primeira etapa do processo. “Eu decidi deixar de lado a oportunidade na enfermagem e me dedicar à oportunidade da CPFL. Fui passando etapa por etapa, e a cada e-mail que eu recebia avisando que fui pré-selecionada ficava mais animada”.



Depois de passar pelo processo seletivo, que englobava provas, entrevistas e exame físicos, ela recebeu a mensagem tão esperada, dizendo que havia passado e com as instruções do curso.

O curso de eletricista durou quatro meses, um de forma online e três meses no Centro de Treinamento de Cubatão (SP). “Foram meses suados, e não foi nada fácil. Tive ajuda de muita gente para conseguir me manter no curso. Como eu estava desempregada, meu irmão mais velho me ajudou com os custos da moto para ir e vir durante todo o curso”, diz.

Segundo ela, a CPFL deixou claro que o curso não garantia uma vaga na empresa, mas, ainda assim, a esperança permaneceu alta. “Terminei o curso em agosto e fiquei esperando uma ligação ou e-mail todos os dias”. Ela conta que viu seus colegas de curso sendo convocados para cargos na empresa. “Se passaram um, dois, três, quatro meses e nada. E assim, eu fui perdendo as esperanças”.

Primeira mulher eletricista da CPFL de São Vicente quer ser exemplo para as pessoas — Foto: Divulgação/CPFL

Em janeiro de 2022, Júlia recebeu uma mensagem via WhatsApp da CPFL perguntando se ela aceitaria ouvir uma proposta da empresa.

“A partir daí, foi só alegria, chorei muito. Estava passando pela fase mais difícil da minha vida, e já não tinha esperanças de mais nada. Isso veio como uma luz no fim do túnel”, lembra.

A jovem conta que passou por alguns processos e, finalmente, foi contratada oficialmente como a primeira mulher eletricista de distribuição da CPFL de São Vicente. “Meu sentimento é de sonho realizado. Trabalhar com algo que você gosta é bom demais, e ainda por cima, tendo essa responsabilidade de ser a primeira mulher na cidade.

Júlia ainda conta que sua maior fonte de inspiração foi sua mãe, que a motivou ao longo do ano a persistir e seguir seu sonho de trabalhar na área. Porém, ela não conseguiu ver a filha trabalhando na tão sonhada empresa. “Minha mãe tinha câncer de mama. Ela passou um tempo internada antes de morrer. Eu era técnica em enfermagem até então, foi bem difícil ver ela naquele estado e saber tudo o que estava acontecendo no corpo dela”, lembra.

Júlia conta que sua maior fonte de inspiração foi sua mãe, que a motivou a persistir e seguir seu sonho — Foto: Arquivo Pessoal

A mãe de Júlia morreu no dia 26 de dezembro. Em janeiro, a jovem foi chamada para trabalhar na CPFL. “Até acredito que ela me ajudou com isso, mesmo de longe. Se eu consegui isso, foi por e para ela”, afirma.

Além do apoio da mãe, Júlia também se inspirou em Bianca Oliveira, a primeira eletricista de Santos, também no litoral de São Paulo. “Quando eu estava fazendo o processo seletivo, meu irmão comentou sobre a Bianca. Foi o que me motivou mais ainda. Se ela é a primeira de Santos, eu vou ser a primeira de São Vicente”.

A jovem eletricista espera servir de motivação para outras mulheres. “Às vezes, temos receio de saber que vamos trabalhar em um lugar onde a maior parte é composta por homens. É normal, ficamos com um pé atrás”, diz.

Em março do ano passado, Júlia começou no novo emprego como eletricista. Apesar dos olhares de preconceito, ela passou por cima de tudo isso. “Não tenho nada a reclamar, fui a única mulher na minha turma de treinamento, e todos eles foram muito legais comigo, todos sempre muito preocupados, sempre me ajudaram com tudo”.

Dias depois, a CPFL deu início à primeira turma de treinamento composta apenas por mulheres em Cubatão (SP). “Ser a primeira mulher da minha cidade já me deixa feliz, agora, saber que seremos várias outras a partir de agora é muito gratificante”, conclui.

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Por: G1

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