Cidadãos hatianos fazem fila para deixar a República Dominicana após fechamento da fronteira entre os dois países, em 15 de setembro de 2023. — Foto: Octavio Jones/ Reuters
República Dominicana fechou nesta sexta-feira (15) as fronteiras que mantinha abertas com o vizinho Haiti. A medida é uma retaliação à construção de um canal por uma empresa haitiana que desviará as águas de um rio comum para revendê-las a agricultores locais.
O fechamento de todas as fronteiras aéreas, marítimas e terrestres entrou em vigor no início da manhã desta sexta e já provocou a saída em massa de centenas de haitianos que residem ou trabalham no país vizinho.
Desde o início do mês, o governo dominicano vem denunciando a obra, realizada por uma empresa privada do Haiti para canalizar as águas do rio Massacre, que se estende entre os dois países, e, segundo tratados, é de uso comum de ambos.
Após a canalização, a empresa venderá as águas a agricultores haitianos.
“É uma construção totalmente inadequada, sem qualquer tipo de engenharia, é uma provocação que este governo não vai aceitar“, declarou o presidente da República Dominicana, Luís Abinader.
O governo do Haiti alegou em um comunicado que o país “tem o direito soberano de decidir sobre a exploração de seus recursos naturais”. Também afirmou que um diálogo entre os países estava “em andamento” antes deste “anúncio unilateral” da República Dominicana.
A República Dominicana quer a construção de uma barragem no rio e uma “reunião bilateral do lençol freático para chegar a um acordo definitivo.
Desde o início da semana, o governo dominicano já vem restringindo a entrada de haitianos. Na segunda-feira, o Conselho de Segurança do país suspendeu a emissão de vistos a cidadãos do Haiti.
Santo Domingo fechou também a passagem de Dajabón, uma das mais importantes entre os dois países, onde também funciona um mercado binacional duas vezes por semana.
Crise política e humanitária
Haitianos observam local de construção de um canal no rio que divide o Haiti da República Dominicana, em Ouanaminthe, no nordeste do país, em 14 de setembro de 2023. — Foto: Octavio Jones
Investigação de morte do presidente do Haiti foi ponto inicial de ação da PF
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